Um grupo de cerca de 50 pessoas terá forçado a entrada nas Urgências do Hospital de Abrantes, na madrugada do passado sábado, exigindo que um homem, que morreu num acidente de viação, fosse reanimado.
O caso é contado pelo Correio da Manhã, esta quinta-feira, 16 de outubro. De acordo com o matutino, os elementos do grupo pretendiam que os profissionais de saúde realizassem manobras de reanimação num homem que morreu num acidente rodoviário, ao volante de um carro de alta cilindrada, e que chegou à unidade de saúde já cadáver.
Só após a chegada dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) ao local é que foi possível retirar o grupo das instalações.
A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo, que tutela o hospital de Abrantes, confirmou ao Notícias ao Minuto uma "situação de tensão" durante o fim de semana.
Apesar da ocorrência, suscitada "por uma situação de óbito irreversível do doente transportado", garante a ULS que não resultaram da mesma "quaisquer feridos ou danos físicos a profissionais de saúde, sendo os danos materiais registados muito limitados".
A intervenção das autoridades foi, segundo a unidade de saúde, "imediata e decisiva para restabelecer a normalidade, garantindo desde o primeiro momento a segurança de utentes, profissionais e instalações hospitalares".
"Os elementos envolvidos neste episódio de tensão acataram todas as instruções transmitidas pelas forças de segurança pública, que permaneceram no local até à completa resolução da situação. Importa ainda sublinhar que, até ao momento, não foi apresentada qualquer queixa formal por parte de utentes ou profissionais de saúde relativamente a este episódio", realça ainda.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a administração da ULS Médio Tejo aproveita para manifestar "a sua solidariedade para com todos os profissionais que se encontravam em funções e reconhece o empenho demonstrado em assegurar a continuidade dos cuidados num contexto particularmente exigente de tensão", lembrando que "o dia a dia de um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica é, por natureza, marcado por episódios de grande tensão emocional e humana, resultantes da gravidade das situações clínicas que ali chegam" e que "os profissionais da ULS Médio Tejo estão preparados e formados para atuar com serenidade e competência, em estreita articulação com as forças de segurança".
O Conselho de Administração da ULS Médio Tejo assegura ainda que "está a adotar todas as medidas decorrentes deste tipo de ocorrência, em articulação com os serviços internos competentes e as entidades de segurança, de forma a garantir o permanente reforço das condições de segurança e apoio aos profissionais".
"A ULS Médio Tejo mantém o seu compromisso com a prevenção e gestão de situações de conflito em contexto hospitalar, em alinhamento com o Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS), da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e da Direção-Geral da Saúde (DGS)", lê-se na mesma nota.
Em jeito de conclusão, a instituição reitera que o seu foco "é — e continuará a ser — a prestação de cuidados de saúde com qualidade, segurança e respeito por todos os cidadãos"
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