O homem de Machico, que foi filmado a agredir violentamente a companheira, à frente do filho de ambos, em agosto, vai deixar de estar em prisão preventiva e passará para o regime de obrigação de permanência na habitação, sujeito a vigilância com ‘pulseira’ eletrónica, avança o Diário de Notícias da Madeira.
A decisão foi tomada esta quarta-feira pela juíza de instrução criminal, no âmbito da revisão periódica das medidas de coação.
O homem tinha sido indiciado pela prática de dois crimes de violência doméstica agravados.
O caso tornou-se público e gerou consternação nacional depois de imagens do momento, captadas pelo sistema de videovigilância do local, terem sido tornadas públicas.
Agressão em frente ao filho
A agressão ocorreu em frente ao filho menor do casal, numa residência na freguesia de Água de Pena. O menino, 9 anos, gritava para que o pai parasse com o episódio de agressão. Tudo aconteceu pelas 04h00 da madrugada de 24 de agosto.
Foram ainda divulgadas fotografias da vítima, que foi assistida no Centro de Saúde de Machico e encaminhada para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde foi submetida a uma primeira intervenção cirúrgica.
Na sequência do sucedido, a Polícia de Segurança Pública (PSP) foi chamada ao local e acabou por identificar o suspeito, tendo o caso sido encaminhado para o Ministério Público.
O suspeito, que já foi bombeiro voluntário, era assistente operacional da autarquia local e prestava serviços de motorista para os bombeiros de Machico, segundo Ricardo Cunha, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores .
Através das redes sociais, o Comando dos Bombeiros Municipais de Machico manifestou "profunda consternação" face às notícias que envolvem "um elemento da corporação" e fala num "ato completamente reprovável".
Episódio não foi caso único
Na senda do sucedido, amigos do suspeito disseram que a situação era "pública e recorrente" e que este tinha o hábito de partilhar as histórias, enquanto se ria, orgulhoso, do que descrevia como "uma atitude de homem".
As amigas da vítima dizem que o suspeito ameaçava a mulher com a retirada do filho, de 9 anos, por auferir de um salário superior, conta ainda o mesmo meio. Apesar de a situação ser pública, nunca foi denunciada às autoridades.
Além disso, há vários anos que mantinha, alegadamente, uma relação extraconjugal com outra mulher, que também sofria maus-tratos por parte do suspeito, de 35 anos.
Após a divulgação do caso, ao Notícias da Madeira, o suspeito disse estar "profundamente arrependido". "Vi umas mensagens e fiquei cego. Foi isso que aconteceu e peço desculpa", afirmou.
Recorde-se que em setembro, a defesa do homem tinha pedido a libertação do madeirense. O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido, alegando não haver motivo para um pedido de habeas corpus.
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