"Nós vivemos num contexto geopolítico muito sensível, perigoso, onde assumimos compromissos com os nossos aliados e, dentro desses compromissos, uma obrigação de, já em 2025, atingirmos um investimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB)", argumentou.
Por isso, "este orçamento reflete o cumprimento dessa garantia" no seio da NATO e junto dos aliados de Portugal, continuou Nuno Melo, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de campanha para as autárquicas de domingo, em Montemor-o-Novo, na qual participou como presidente do CDS-PP.
Nuno Melo disse que o estranho seria que o Governo tivesse anunciado um aumento do investimento em Defesa e que esse aumento não fosse relfetido no Orçamento do Estado.
A proposta do OE2026, entregue hoje na Assembleia da República (AR), prevê uma despesa de 3.771,9 milhões na Defesa Nacional, o que significa um aumento de 23,2% face ao valor orçamentado para este ano.
Questionado pelos jornalistas, o líder do CDS-PP e ministro do Governo que junta o PSD e o partido a que preside considerou que "a Defesa Nacional foi abandonada durante muitos anos" e, em Portugal, "não foi tida como um setor prioritário e estratégico".
Mas "este Governo trouxe a Defesa Nacional para a primeira linha das prioridades da política, quando o mundo realmente está perigoso e quando os aliados têm que estar unidos para a defesa das democracias, da liberdade, do nosso modo de vida", realçou.
Aludindo a investimentos que têm vindo a ser feitos nesta área, que beneficiaram os militares e também outros setores, Nuno Melo frisou que o executivo pretende que "cada aquisição na modernização das Forças Armadas com equipamentos tenha uma consequência para as indústrias nacionais".
"Queremos não apenas adquirir equipamentos, mas garantir que as indústrias portuguesas estão incluídas neste ciclo, ou na produção dos equipamentos ou na manutenção ou em ambas e, portanto, o que estamos a fazer não é despesa, é um fortíssimo investimento", disse.
E, ao mesmo tempo, o país está "a avançar para outras áreas", como é o caso do espaço, com "a chamada constelação de satélites portuguesa, do Atlântico", referiu, destacando que este projeto já foi elogiado "como sendo um investimento paradigmático do que a União Europeia deve fazer no futuro".
"Portugal vai liderar o espaço na União Europeia com satélites a serem produzidos em Portugal, já a partir do próximo ano", e "exportados para o resto do mundo", destacou.
O Governo entregou hoje no parlamento o OE2026, na véspera do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas de domingo.
O atual vereador da Câmara de Montemor-o-Novo - de gestão PS - António Pinto Xavier é o cabeça de lista da candidatura CDS-PP/PSD, tendo Nuno Melo considerado hoje possível a vitória da coligação nas eleições de domingo.
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