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Violações subiram no Martim Moniz? Afirmações de Moedas não são corretas

Autarca de Lisboa atribuiu os dados de toda a 1.ª Divisão da PSP apenas à zona do "Martim Moniz, Arroios"... mas não está correto.

Violações subiram no Martim Moniz? Afirmações de Moedas não são corretas

© Getty Images/Horacio Villalobos#Corbis

Notícias ao Minuto
08/10/2025 12:25 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto

Foi durante uma entrevista à SIC que o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou que se havia registado um aumento "exponencial" de violações na região de Lisboa, mais especificamente na zona do Martim Moniz. Porém, dados oficiais, citados pelo Diário de Notícias, referem que não é bem assim.

 

O presidente da Câmara de Lisboa era o entrevistado de Júlia Pinheiro, no programa da tarde do canal de Carnaxide, quando afirmou que o "número de violações aumentaram". "Mas aumentaram exponencialmente, 60%! As violações na cidade aumentaram! Eu não quero que as minhas filhas… Não quero que elas sintam isso!”

O autarca, candidato à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, acrescentava ainda que as estatísticas se reportavam à zona da 1.ª Divisão da PSP, "ou seja, ali na zona de Martim Moniz, Arroios..."

A alegação, refere o Diário de Notícias, não está correta, dado que os dados a que se refere Carlos Moedas dizem respeito a toda a zona da 1.º Divisão e que englobam, ainda, o Rossio, a Baixa, Arroios, e Alfama, zonas com um grande fluxo de pessoas. É por isso errado, defende, associar este aumento a uma zona com maior número de imigrantes.

Dados da PSP e PJ

Segundo os dados a que o DN teve acesso, registou-se um aumento de casos de violação entre 2023 e 2024 nesta divisão, passando de nove para 15.

Já em todo o município de Lisboa, o total de participações registadas pela PSP subiu 12%, passando de 49 em 2023 para 55 em 2024. Dados da Polícia Judiciária, autoridade que investiga os crimes de violação, por sua vez, falam em 75 queixas no concelho em 2024, mais 17% do que no ano anterior. 

Segundo a PJ, citada pelo mesmo jornal, não existe qualquer relação entre este aumento e as zonas da cidade com maior presença de imigrantes, o que contrapõe a teoria de Carlos Moedas, escreve o Expresso.

A par disso, note-se que em anos anteriores, entre 2022 e 2023, por exemplo, tinham sido registadas descidas no número de queixas.

Martim Moniz foi só a "título de exemplo"

Posto isto, a Câmara Municipal de Lisboa foi confrontada com as alegações do seu representante, questionando-se o porquê de associarem este aumento especificamente à zona do Martim Moniz.

Em resposta, o gabinete do autarca respondeu que a menção ao Martim Moniz "foi a título de exemplo".

"Faz parte da primeira divisão, certo?", terá ainda questionado, na mesma resposta.

Associação ao Martim Moniz é errada

Entretanto a Polícia Judiciária, ao mesmo jornal, explicou que existe efetivamente um maior registo de queixas deste tipo de crimes na região de Lisboa. No entanto, especifica que as mesmas estão, na sua maioria, relacionadas com situações ocorridas de noite ou madrugada, nomeadamente "em bares ou discotecas, de utilização de químicos nas bebidas das mulheres que as deixam prostradas e indefesas à violação”.

Questionado se existe alguma relação entre o acréscimo de participações registado em 2024 na cidade e o Martim Moniz, esta força policial nega que se possa ser feita essa associação. 

Leia Também: Leitão sugere a Moedas que se preocupe com quem está na sua campanha

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