Nem todos os ditados populares são para ser levados à letra. Que o digam as jornalistas Inês Queiroz e Fátima Moura da Silva, que acabam de lançar o livro 'O Silêncio NÃO é de Ouro', um poderoso tributo às vítimas dos vários tipos de violência e à APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), que este ano celebra 35 anos de existência.
Lançado a 30 de setembro, pela Oficina do Livro, esta obra vai além das estatísticas, dá "nome, alma e coração" aos números frios que tantas vezes resumem este flagelo.
O livro conta com 10 relatos emocionantes e foi construído em estreita colaboração com a APAV. Nele constam casos de violência doméstica - onde outro ditado popular deve ser colocado em causa, porque "entre marido e mulher há alturas em que se deve meter a colher" - mas também casos de violência psicológica, servidão humana, abuso de poder, abuso económico, crimes de ódio, discriminação, xenofobia, bullying, cyberbullying e por aí fora.
'O Silêncio NÃO é de Ouro' questiona e inspira, mostrando que por trás de cada número inaceitável está um ser humano cuja dignidade foi roubada e que a sociedade não deve resistir em atuar: "calar a violência é aceitá-la".
Todas as pessoas que retratamos neste livro tiveram a enorme coragem de saltar para fora das estatísticas, de relatar a sua história e de denunciar os crimes de que foram vítimas
Lançaram no dia 30 de setembro 'O Silêncio NÃO é de Ouro', um livro que fala sobre violência. Seja ela doméstica, psicológica, crime de ódio, discriminação, cyberbullying, etc. Qual foi o momento ou situação que fizeram com que sentissem a necessidade de dar voz a estas histórias, dar “nomes, alma e coração” aos números deste tipo de crimes?
Não se poderá eleger aqui um momento, houve vários momentos. Somos diariamente bombardeados com um número crescente de notícias sobre casos de violência, doméstica e não só. Também com o crescente número de pessoas, sobretudo mulheres, que continuam a morrer às mãos dos seus agressores. Isto é, ou deveria ser, sempre um alerta para uma sociedade. E se, por um lado, ainda bem que estes casos chegam cada vez mais às notícias saindo daquele registo de 'normalidade' a que foram votados durante tantos anos no passado, por outro são números completamente inaceitáveis à luz dos valores pelos quais nos regemos ou queremos reger nos dias que correm. Por detrás destes números existem pessoas. Seres humanos a quem a dignidade (e quantas vezes a própria vida) foi roubada de uma maneira infame, só porque sim, só porque os seus agressores acharam que o podiam fazer. Os números reflectem as realidades globais, mas as histórias dizem-nos que os números correspondem a pessoas e tiram-nos da apatia, do hábito, têm a capacidade de mexer connosco. Todas as pessoas que retratamos neste livro tiveram a enorme coragem de saltar para fora das estatísticas, de relatar a sua história e de denunciar os crimes de que foram vítimas. Esperamos que isso possa servir de inspiração para que outras pessoas façam o mesmo.
O 'silêncio não é de ouro' quando se trata de calar a violência. Porque isso é aceitá-la, quer o façamos na qualidade de vítimas ou de testemunhas
E como decidiram colocar isso em livro?
Diríamos que nasceu a partir de uma conversa casual que tivemos há cerca de dois anos. Falávamos de voluntariado e do quanto ambas achávamos que o conceito está hoje muito desvirtuado em relação àquilo que deveria ser a sua essência já que, cada vez mais, entra no capítulo das chamadas 'soft skills' exigidas pelo mercado de trabalho e menos na ideia de "o que é que eu sinto que posso fazer para ajudar a melhorar a sociedade em que vivo". A meio da conversa surgiu o trabalho desenvolvido há anos pela APAV, no apoio às vítimas de violência, que depende muito do voluntariado e que nós valorizamos imenso. Somos ambas jornalistas, gostamos de escrever, e começámos a pensar no que poderíamos fazer com as ferramentas que tínhamos e que pudesse trazer alguma diferença, por pouca que fosse, numa área a que, acreditamos, não há mulher nenhuma que não seja particularmente sensível: a da violência doméstica. E a ideia do livro nasceu aí.
O título é muito direto e impactante. Como surgiu? Foi durante o processo de criação do livro que reforçaram a convicção de que 'o silêncio' é, de facto, um inimigo na luta contra a violência?
O título surgiu, também muito naturalmente, já no final do processo de escrita. Andámos meses à volta de várias ideias, mas nenhuma nos agradava muito. Chegámos mesmo a considerar um título gráfico, mas isso tornava o título do livro um bocadinho impronunciável, o que estava fora de questão. Acabámos por optar pela solução mais simples de todas e (pegando no velho conceito do 'menos é mais') também a mais impactante. À medida que íamos fazendo as entrevistas fomos reparando que muitas das nossas vítimas (principalmente as que tinham mais idade) ficaram anos à mercê dos seus agressores. Uma delas chegou mesmo a dizer-nos, 'eu estive anos sem dizer nada a ninguém porque tinha muita vergonha que se soubesse'.
'O Silêncio NÃO é de Ouro'© Leya
Pois, para quem vê de fora isto pode não fazer grande sentido, mas infelizmente é absolutamente normal...
Sim. Podemos ficar anos presos a um agressor, mesmo sabendo que ele não nos faz felizes, seja pela vergonha de contar a alguém e pedir ajuda, seja pelo medo de sair (e que pode ser ditado por razões tão válidas quanto o medo de eventuais retaliações, ou a ideia de que não valemos nada e que, se sairmos, iremos ficar pior do que estamos), seja até pelo chamado síndrome de Estocolmo, em que a vítima acaba por desenvolver sentimentos de empatia com o seu agressor como mecanismo de defesa. Bem a propósito, um dos alertas que a APAV nos fez antes de iniciarmos o ciclo de entrevistas foi para que nunca caíssemos no facilitismo de fazer a pergunta: 'Se sabia que era vítima porque é que ficou ali durante tanto tempo?'. Essa é uma das perguntas que nunca se faz a uma vítima de violência. Aquilo que importa é que, finalmente, esta arranjou a coragem necessária para falar, para denunciar. E foi uma vitória… a sua vitória. Quando escolhemos o título 'O silêncio NÃO é de ouro', pegando na simplicidade de um provérbio português e adaptámo-lo incluindo aquele 'NÃO' em maiúsculas ali no meio, foi nisso mesmo que pensámos: o 'silêncio não é de ouro' quando se trata de calar a violência. Porque isso é aceitá-la, quer o façamos na qualidade de vítimas ou de testemunhas.
O livro foi editado em parceria com a APAV. De que forma é que esta colaboração foi importante para a construção desta obra e recolha de testemunhos?
Essa colaboração foi essencial para a construção do livro e recolha de testemunhos. Sem o apoio da APAV nunca o teríamos conseguido e, mesmo com este apoio, foi muito mais difícil do que poderíamos esperar. Convém referir que cada pessoa que conta uma história destas, por muito que já a tenha superado (e atenção, porque há histórias que nós nunca superamos totalmente), terá sempre que a reviver. E isso, às vezes, é terrível. Quando chegámos à APAV para propor ao João Lázaro o nosso projecto não fazíamos ideia do que iriamos ter pela frente. Sabíamos que não iria ser fácil, mas nunca pensámos que pudesse ser tão difícil. A ideia inicial era a de termos 12 casos. Conseguimos 10 com muito custo. Houve mesmo pessoas que aderiram ao projeto e acabaram por desistir. Falar de um passado que queremos esquecer é revivê-lo e isso pode ser extremamente doloroso.
Como escreveu o presidente da APAV, João Lázaro, este livro é um tributo à coragem e, como já revelaram, não foi fácil encontrar quem quisesse partilhar as suas histórias, por ser muito difícil falar nelas. Mas a verdade é que conseguiram alguns exemplos. Como foi o processo de aproximação com as vítimas? Como conseguiram conquistar a confiança delas para que contassem as suas experiências e falassem de um assunto que muitos preferem enterrar?
Uma vez mais, reforçamos aqui o apoio que tivemos da APAV. Muitas das entrevistas que fizemos contaram também com a presença de um psicólogo ou técnico da associação, o que contribuiu muito para que estas pessoas estivessem mais à vontade connosco. Todo o trabalho de aproximação entre nós e os nossos entrevistados foi feito previamente pela APAV. À partida, todas estas pessoas sabiam ao que iam e concordaram em contar-nos a sua história. Mesmo assim, tivemos ali momentos muito duros, tanto para alguns dos nossos entrevistados como até para nós, enquanto entrevistadoras. É muito difícil manter o desejável distanciamento profissional em situações destas. Só nos resta mesmo reforçar as palavras do João Lázaro acrescentando que este livro nunca teria sido possível sem a enorme coragem e generosidade de todas as pessoas que nos deram o seu testemunho.
A experiência como jornalistas contribuiu para isso?
Obviamente, ainda que o tipo de escrita adotado não tenha sido jornalístico. Mas, pelo menos na parte de recolha de depoimentos e tratamento da informação, a nossa experiência como jornalistas foi uma mais-valia.
Qual foi o caso que mais vos impactou? Gostariam de destacar algum?
Na verdade não há vítimas que sejam 'mais vítimas que outras'. Cada uma tem a sua história e, para essa pessoa, tem um peso enorme. Mas é verdade que tivemos vários casos que nos impactaram muito. Não foi raro chegarmos ao fim de uma entrevista com as lágrimas nos olhos. Ouvimos coisas absolutamente inacreditáveis, como foi o caso de uma menina angolana que veio para Portugal contratada como 'babysitter' e se viu completamente escravizada, sem a possibilidade de fugir, porque lhe tiraram os documentos, e sem qualquer acesso aos bens essenciais de higiene básica. Chegou mesmo a ficar doente. Outros casos que nos tocaram particularmente envolveram outras duas meninas: uma delas perdeu a mãe aos 17 anos, vítima de um ex-namorado agressor; a outra foi durante anos maltratada por uma mãe narcísica e abusiva e só ganhou coragem para sair porque tinha dois filhos muito pequeninos que assistiam às agressões da avó.
É muito importante consciencializar as pessoas de que as feridas e as dores nem sempre são visíveis, porque são internas, mas não são menos devastadoras por isso
De que forma esperam que este livro ajude as pessoas a olharem para os números da violência não só como mais uma estatística mas sim como algo que afeta vidas, pessoas reais?
Quando as notícias nos chegam recorrentemente sob a forma de números ou de estatísticas, as histórias reais, que por detrás deles se escondem, perdem a cara, o nome e a alma e acabam por entrar num registo de 'normalidade' ou de "anestesia" que é muito importante contrariar. Um livro, de certa forma, traz um suporte diferente a estas mesmas histórias e vai um bocadinho além da reportagem jornalística que, sendo também uma forma de contar histórias, acaba por ser mais datada ou menos perene. Aqui podemos também incluir outros formatos, como a poesia, a pintura, o cinema, o teatro… todos estes meios são válidos para fazer passar uma mensagem de uma forma diferente, que chame a atenção das pessoas de outra maneira. Neste caso concreto, a intenção é levar as pessoas a olharem para a violência não só em formato de estatística, mas como algo que afecta vidas e pessoas reais, interessa-nos talvez mais chamar a atenção de outras vítimas ou eventuais vítimas para o facto de que é possível quebrar o ciclo, pedir ajuda para sair dele e que existe quem ajude efectivamente, porque ainda há muitas pessoas que não o sabem ou não têm condições psicológicas para o fazer.
Em 'O Silêncio NÃO é de Ouro' falam não só da violência física, mas também de violência psicológica, abuso de poder e ciberbullying, entre outros. Qual a importância de expandir esta discussão para além da violência mais visível, que é a violência física?
É muito importante consciencializar as pessoas de que as feridas e as dores nem sempre são visíveis, porque são internas, mas não são menos devastadoras por isso. Pelo contrário. Temos o caso de uma vítima de cyberbullying cuja vida foi completamente virada do avesso e que ainda hoje vive com medo e vergonha. Há marcas internas que ficam para sempre. Cabe a todos nós denunciar e pressionar no sentido de a legislação ser mais eficazmente aplicada junto das redes sociais, por exemplo, que são um espaço vastíssimo e quantas vezes descontrolado onde as vítimas ficam frequentemente impotentes e à mercê de uma entidade abstracta que não responde ao seu desespero. A vítima de violência doméstica tem, sem dúvida, uma maior rede de apoio. Tanto que este é crime público desde 2000. Tal deve-se não só à dimensão do fenómeno, como aos seus contornos muito específicos, pois, em regra, a vítima vive com o agressor e, por isso, está permanentemente em perigo. A polícia tem poder para atuar imediatamente.
Mas quando apresentaram este tema à APAV qual era o objetivo?
Quando apresentámos esta proposta ao João Lázaro há um ano o nosso objetivo era cingir-nos a este tipo de violência e também aos casos de violência psicológica. Ainda que toda a violência seja sempre também psicológica, falamos aqui daqueles casos que nunca chegam à polícia. Casos que não fazem sangue, não deixam marcas físicas, mas que 'matam' por dentro. Os casos em que as vítimas são manipuladas constantemente, humilhadas, em que vêem as seus direitos e liberdades serem constantemente sonegados por alguém que as domina. Partiu do João Lázaro a proposta de alargarmos o nosso ângulo a outro tipo de casos, todos eles também apoiados pela APAV, para que o lançamento do livro pudesse estar integrado nas celebrações dos 35 anos da associação, que decorrem até ao fim deste ano. É claro que acatámos imediatamente a ideia e, hoje, achamos que isso fez todo o sentido, pois a APAV lida com um vasto leque de situações de violência, de abuso e de burla. E presta o seu apoio seja em que área for: protecção da vítima e dos seus filhos, apoio jurídico seja em que área for, apoio e acompanhamento psicológico… Há que nunca ter medo de pedir ajuda.
Muitas vezes basta olhar à nossa volta para ver casos de violência. Que mensagem gostariam de deixar a quem testemunha situações de violência mas não sabe como reagir?
Nunca se calem. Não saber como reagir não é sinónimo de ficar calado. Alguém grita a pedir ajuda. Não sabem de onde vem o grito, mas liguem para a polícia na mesma. Cabe-lhes a eles descobrir. Ficar calado, na dúvida, é que não é uma opção. Adaptando provérbios, mais uma vez, "entre marido e mulher há alturas em que se deve meter a colher".
Apesar de toda a dor e sofrimento relatados no livro, existe também em quase todas – se não todas – as histórias uma mensagem de esperança e resiliência. O que diriam às pessoas que se encontram numa situação de violência mas que tem medo de falar?
Diríamos isso mesmo. Foi uma das coisas mais maravilhosas que a escrita deste livro nos trouxe. Deparámo-nos com uma série de casos que falavam em redenção: "Eu dei a volta por cima, apesar de tudo" ou, na melhor das hipóteses, "eu estou a dar a volta por cima e sei que vou vencer". Não é fácil 'dar a volta por cima'. Na grande maioria dos casos deparámo-nos com pessoas que fizeram um trabalho hercúleo para resolver as suas questões mais imediatas, ou práticas. E resolveram-nas. Mas, atenção, depois, quando se trata de 'trabalhar' aquele 'bocadinho' que fala da dor mais profunda que aquele percurso nos deixou, a grande maioria desiste de um apoio mais aprofundado. Muitas vezes ouvimos o "eu não preciso mais"… Há marcas que ficam para sempre, mesmo no caso das histórias de sucesso.
Como já salientaram, a APAV celebra este ano 35 anos de existência. Na vossa opinião qual a mais valia desta associação e qual a sua importância na sociedade? Faltam apoios deste tipo? Devia ser dado mais apoio à APAV para chegar a mais pessoas?
A APAV é uma organização não governamental que presta apoio gratuito e confidencial – o que é fundamental – e reúne diversas valências, que vão desde o apoio psicológico e jurídico ao social, incluindo uma vasta rede de casas de abrigo e refúgios. Também presta apoio a pessoas próximas da vítima, que frequentemente não sabem como lidar com a situação. Ou seja, desde que chega à APAV, a vítima conta com apoio especializado para a ajudar a lidar com o trauma, o medo, a ansiedade e outras consequências emocionais da violência, conta também com informação sobre os seus direitos como vítima e apoio no processo de queixa-crime e acompanhamento no decorrer do processo judicial. Conta ainda com apoio na reorganização da sua vida e faz mediação com outras entidades, como hospitais, escolas, segurança social e outras. Claro, muito importante também é o encaminhamento para casas de abrigo seguras de vítimas em risco. Além de que a acção da APAV abrange uma vasta tipologia de crime, desde o abuso sexual, agressões, stalking, tráfico de seres humanos, discriminação e crimes de ódio e cibercrime, entre outros.
Se deveria ser dado mais apoio à APAV, claro que sim, a APAV agradece inclusivamente o apoio da sociedade civil, nomeadamente através de empresas, de forma a poder alcançar o maior número de pessoas possível.
A APAV gostaria também que estivesse uniformizado a nível nacional o exemplo da esquadra de Oeiras, onde conta com um gabinete permanente destinado aos primeiros contactos com a vítima, ajudando-a a estabilizar emocionalmente e facilitando o trabalho dos próprios agentes que recebem a queixa.
O que acham que é necessário fazer para diminuir o número deste tipo de violência em Portugal? Enquanto sociedade e enquanto decisores políticos?
Já foi feita muita coisa. Em 2000 a violência doméstica foi declarada crime público, foi um grande passo. Mas demorou-se mais vinte anos para criar um conjunto de procedimentos padrão em relação às vítimas, por exemplo. E esses procedimentos não estão acessíveis na formação de todos os agentes. Os agentes das autoridades de primeira linha, aqueles que acorrem ao local quando há um episódio de violência, não estão formados para lidar com as vítimas, por exemplo. Os investigadores sim, mas seria muito importante que os patrulheiros também soubessem como lidar com uma vítima não. Neste aspecto, os decisores políticos deveriam intervir de maneira a que essa formação fosse alargada, por exemplo. E que também que houvesse maior celeridade por parte da Justiça, já que é possível fazer julgamentos sumários, mas não se fazem. Nem tão pouco os magistrados têm essa formação. Talvez por isso e muito recentemente o Conselho da Europa tenha salientado, no relatório do GREVIO (o grupo de especialistas na acção contra a violência contra as mulheres e doméstica), que os magistrados portugueses demonstram “atitude patriarcais persistentes” que os leva a preferir a unidade da família aos direitos das mulheres vítimas de violência. Acusa também os procuradores de não serem proactivos na procura de prova no caso de agressões em contexto familiar.
É preciso muito mais. É preciso, sobretudo, o que a máquina funcione como uma máquina bem oleada. E isso nem sempre acontece. Já enquanto sociedade, precisamos de cuidar mais uns dos outros e de não olhar para o lado quando as situações não nos dizem directamente respeito. Precisamos de não ficar em silêncio.
De que forma é que esperam que a leitura de 'O Silêncio NÃO é de Ouro' possa inspirar as pessoas?
Mais uma vez, gostávamos que através destas histórias as vítimas percebessem que não estão sozinhas, que há outras em situações semelhantes que conseguiram libertar-se, que é possível serem ajudadas, que a vergonha só retarda essa ajuda, que é possível recomeçar a vida, recentrarem-se. Quanto aos que estão à sua volta, é preciso que intervenham, que as ajudem a pedir ajuda ou que a peçam directamente. Que tenham empatia.
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