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Israel? "Inventaram um crime, mas nós nunca admitimos", acusa Mortágua

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, que integrou a Flotilha Global Sumud, acusou Israel de ter inventado "um crime" para que fosse detida e garantiu que "nunca" o admitiu perante as autoridades.

Israel? "Inventaram um crime, mas nós nunca admitimos", acusa Mortágua

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
05/10/2025 21:13 ‧ há 14 horas por Márcia Guímaro Rodrigues

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, afirmou este domingo que "nunca" admitiu ter cometido um crime perante as autoridades israelitas para que pudesse ser repatriada, após ter sido detida por Israel por integrar a Flotilha Global Sumud.

 

"Eles inventaram um crime, mas nós nunca admitimos e saímos do país", disse, em declarações à RTP3, no aeroporto de Madrid, Espanha, quando questionada se tinha difícil reconhecer que cometeu um crime ao entrar "ilegalmente" no território. 

Já em declarações ao Now, a deputada revelou que os detidos foram "maltratados" na prisão, estando "várias horas em celas ao sol".

"Mudaram-nos de sítio muitas vezes, fomos algemados várias vezes", contou.

Ainda assim, mostrou-se satisfeita por terem "ficado um pouco mais perto de quebrar o cerco humanitário a Gaza" e garantiu que a "flotilha vai continuar".

"Não é por Israel raptar e sequestrar estas pessoas ilegalmente em águas internacionais que elas vão deixar de continuar a quebrar o cerco", afirmou.

Também Sofia Aparício afirmou que os últimos dias foram "difíceis". "Fomos raptados em águas internacionais. Fomos levados contra a nossa vontade para Israel. Ficámos reféns e não fomos bem tratados", denunciou.

Mas sublinhou: "Comparado com o que o povo palestiniano tem sofrido nas últimas décadas não é nada".

Sublinhe-se que Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves aterraram em Madrid para uma escala rápida antes de regressarem a Lisboa.

Os quatro portugueses foram detidos na noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Esta tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou que "a chegada dos quatro cidadãos nacionais, que integraram a flotilha, está prevista para as 22h40 ao Aeroporto Humberto Delgado, Lisboa".

Os repatriados serão recebidos pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa.

Os grupos Flotilha Humanitária e Palestina em Português também já anunciaram que vão receber os quatro portugueses. "Esta noite recebemos no aeroporto de Lisboa Diogo Chaves, Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício, que estiveram a bordo da Global Sumud Flotilla e foram atacados nas águas internacionais e sequestrados para uma prisão israelita", lê-se nas redes sociais.

Embaixadora "assegurou bom desenvolvimento do processo de repatriamento"

Segundo o ministério tutelado por Paulo Rangel, a embaixadora de Portugal em Telavive, Helena Paiva, esteve no centro de detenção de Ketsiot, em Israel, para se "assegurar do bom desenvolvimento do processo de repatriamento".

Os portugueses, acrescentou o MNE, foram acompanhados por um diplomata durante todo o percurso.

Os cidadãos portugueses, juntamente com mais de 450 ativistas de várias nacionalidades, foram levados pelas autoridades israelitas para um centro de detenção no deserto de Neguev, no sul de Israel, após as embarcações terem sido intercetadas pela Marinha israelita em alto mar.

A embaixadora visitou os portugueses na sexta-feira, indicando que se encontravam "bem de saúde", mas que tinham relatado "várias queixas", que motivaram um protesto imediato da diplomata junto das autoridades israelitas e um protesto do ministro de Estados e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, junto do embaixador israelita em Lisboa, Oren Rozenblat.

O MNE deu conta de que os ativistas "não foram sujeitos a violência física", mas experimentaram "condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod [para onde foram levados] e no centro de detenção", além de terem estado "bastante tempo" sem água e comida.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.

Descrevendo-se como "pacífica", a flotilha afirmou que queria "romper o bloqueio de Gaza" e prestar "ajuda humanitária a uma população sitiada que enfrenta a fome e o genocídio".

O governo israelita tem condenado repetidamente iniciativas como a da flotilha, acusando os ativistas de serem apoiados pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, visitou os ativistas no porto de Ashdod e chamou-lhes "terroristas" e "apoiantes do terrorismo", instando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a mantê-los "durante alguns meses" presos, em vez de proceder à sua deportação.

[Notícia atualizada às 21h54]

Leia Também: Portugueses detidos por Israel já chegaram a Madrid. Segue-se Lisboa

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