Esta posição sobre a situação dos portugueses detidos em Israel, entre os quais se encontra a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, foi transmitida por António Leitão Amaro em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.
"Esse acompanhamento [consular] existe, esse acompanhamento é permanente. O objetivo é manter esse acompanhamento consular, com vista ao repatriamento dos portugueses em condições de segurança", declarou o membro do executivo.
Entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira, a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, foi intercetada por forças israelitas, que detiveram quatro cidadãos portugueses, entre eles Mariana Mortágua e atriz Sofia Aparício.
Perante este episódio, o ministro da Presidência também fez questão de destacar que os portugueses agora detidos "embarcaram de livre vontade, por sua responsabilidade, com um lado que é respeitável, porque é um exercício de liberdade".
"Não quero emitir nenhum juízo de valor sobre isso, mas embarcaram conhecendo os riscos, tendo sido alertados para os riscos e tendo sido sempre acompanhados da perspetiva consular pelo Governo e pelas autoridades portuguesas", acentuou.
António Leitão Amaro salientou depois que, no percurso que esses portugueses fizeram por mar em direção à Faixa de Gaza, houve sempre acompanhamento consular". E isso aconteceu, segundo o ministro, à medida que foram passando para outras geografias que estariam sob a alçada e jurisdição de outras regiões consulares.
"Estamos perante um exercício de liberdade dos próprios, da sua responsabilidade, e o Governo português não deixou de alertar sucessivamente para os riscos e para a contribuição com alternativas que pudessem preservar melhor, talvez de uma forma diferente, o objetivo em outras condições de segurança", disse.
De acordo com o ministro da Presidência, procurou-se "encontrar soluções designadamente com o Governo italiano" -- o Governo europeu com quem houve um contacto mais próximo.
"Agora que a situação se materializou, naturalmente o objetivo é manter esse acompanhamento consular, com vista ao repatriamento dos portugueses em condições de segurança. Como se sabe, [os portugueses] são alguns no contexto de cerca de 500 pessoas que estão envolvidas" no grupo dos detidos, acrescentou.
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