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Suspeito de ocultar droga em contentores de bananas nega participação criminosa

Um dos quatro suspeitos de traficar 91 quilos de cocaína dissimulada em contentores de bananas recusou hoje, em tribunal, qualquer envolvimento criminoso, mas assumiu ter sido "incauto" ao aceitar trabalhar no desalfandegamento de carga sem questionar a origem.

Suspeito de ocultar droga em contentores de bananas nega participação criminosa

© Shutterstock

Lusa
17/09/2025 19:54 ‧ há 2 semanas por Lusa

No Tribunal de São João Novo, no Porto, onde teve hoje início o julgamento, o suspeito - o único que quis prestar declarações - afirmou perante o coletivo de juízes ter sido "leviano" ao aceitar trabalhar por 1.500 euros num processo que envolveu o desalfandegamento de dois contentores que chegaram ao porto de Leixões, em Matosinhos, em 11 de julho de 2024.

 

"Assumo que dadas as circunstâncias [económicas] fui pouco cauteloso. Foi um erro que não voltaria a fazer desta forma", declarou o arguido, que, de acordo com a acusação, estava encarregado de tratar de toda a logística e organização relacionada com o desalfandegamento dos contentores e posterior armazenamento do produto estupefaciente.

Segundo o Ministério Público (MP), os quatro arguidos integravam uma associação criminosa internacional destinada à importação de cocaína do Equador, dissimulada em contentores de bananas.

Os suspeitos, três homens e uma mulher, respondem por um crime de associação criminosa e um crime de tráfico de droga agravado, após terem realizado o desalfandegamento de mais de 91 quilos de cocaína em dois contentores chegados ao porto de Leixões.

De acordo com a investigação, um dos arguidos - aquele que hoje prestou declarações - estava encarregado de tratar de toda a logística e organização relacionada com o desalfandegamento dos contentores e posterior armazenamento do produto estupefaciente, cabendo aos outros três a descarga e retirada do produto estupefaciente e transporte até a local escolhido pela organização.

Na audiência desta tarde, o arguido explicou que estava em recuperação de um cancro quando foi contactado por um amigo para ajudar com o desalfandegamento dos contentores retidos em Leixões e cujos custos já ascendiam aos 70 mil euros.

A sua participação, contou, limitava-se a reduzir estes custos, terminando quando se efetivasse a saída dos contentores que alegadamente continham bananas estragadas.

Perante o coletivo de juízes, o arguido disse não conhecer nenhum dos outros suspeitos, bem como a real natureza da mercadoria transportada, acrescentando não ter recebido os 1.500 euros devidos pelo seu trabalho.

Sublinhou ainda que abandonou o processo quando acumulou desconfiança face aos pagamentos em numerário e às pressões sobre prazos e procedimentos, tendo comunicado por mensagem que se retirava e não queria ter mais qualquer intervenção.

Toda a logística de transporte e entrega da respetiva carga ficou, segundo o arguido, ao cuidado de terceiros ligados ao importador e ao despachante oficial.

A juíza presidente confrontou o arguido com o seu envolvimento numa operação que desconhecia, questionando-o: "Como é que alguém, não conhecendo ninguém, se vai meter numa atividade que não é sua para descarregar dois contentores do Equador?"

"A sua boa vontade foi ajudar a traficar 90 quilos de cocaína. Não achou estranho receber 24 mil euros em dinheiro?", insistiu a juíza.

A droga foi localizada pela Polícia Judiciária entre 12 e 13 de agosto de 2024, oculta na carga, que acabou por ser enviada em estado de decomposição para um armazém em Paços de Ferreira.

Os quatro arguidos encontram-se em prisão preventiva.

A próxima sessão ficou agenda para 02 de outubro, pelas 09:15, prolongando-se pelo período da tarde em virtude da sessão de hoje ter começado mais de hora e meia depois da hora agendada devido a atrasos no transporte dos detidos e da tradutora.

Leia Também: MP acusa 14 de importar droga do Brasil dissimulada até Leixões

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