Questionado pelos jornalistas sobre o facto de diretores de escolas e associações de pais se queixarem da falta de auxiliares, ainda mais num contexto em que o governo proíbe os telemóveis, o ministro disse que a questão "é muito mais do que rácios", sendo mesmo uma questão de organização dos espaços fora da sala de aula.
"Nós temos uma reforma preparada para isso, que não pôde ser implementada nos últimos meses, também porque tivemos uma crise política, mas porque temos eleições autárquicas, e isto exige uma grande negociação com as autarquias e num tema como este, em que estamos a falar de colaboradores das autarquias, é muito difícil fazê-lo num ambiente eleitoral", referiu.
A partir do ano letivo que agora começa passa a ser regra a proibição do uso de 'smartphones' no 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e são recomendadas "medidas restritivas" no 3.º ciclo que desincentivem a utilização destes equipamentos nas escolas.
Segundo diretores escolares e associações de pais, há escolas em que as crianças não podem utilizar o recreio porque não há funcionários para vigiar, o que se agrava com a limitação do uso de telemóveis imposta para este ano letivo, cujo cumprimento também tem de ser vigiada.
"Aquilo que nós combinamos com a ANMP [Associação Nacional de Municípios Portugueses] é que o tema do pessoal não docente, dos rácios e da organização do espaço escolar fora da sala de aula seria tratado após as eleições autárquicas", sublinhou.
Segundo Fernando Alexandre, é preciso tornar "o recreio uma zona cada vez mais capaz de contribuir para o desenvolvimento e para o bem-estar das crianças", e para isso é preciso recursos humanos com um perfil bem definido, qualificado e valorizado.
Questionado pelos jornalistas se isso poderia acontecer durante este ano letivo, o governante admitiu que será difícil, garantindo que "a partir do início de 2026, as grandes linhas desta reforma estão definidas".
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