O ministro da Educação, Fernando Alexandre, defendeu, no podcast 'Política com Assinatura', da Antena 1, que a disciplina de Cidadania era "desorganizada, não tinha uma estrutura, não tinha definido os perfis dos professores".
Além disso, segundo o governante da Aliança Democrática, era uma disciplina desrespeitada pelos pais.
Para Fernando Alexandre, os Governos de Luís Montenegro foram assim os primeiros a valorizar a disciplina em questão e as alterações feitas mostram isso mesmo, uma vez que vai incluir o ensino de matérias obrigatórias e muito importantes, como por exemplo, literacia financeira.
"Nós demos uma grande importância a esta disciplina, no sentido em que a vamos estruturar, definindo, claramente quais são as áreas que são obrigatórias e que são muito importantes e eu destacaria aqui a literacia financeira", disse.
Fernando Alexandre anuncia que, para lançar o ensino dessa matéria, está a ser organizado um evento nacional, para o Dia Mundial da Poupança, a 31 de outubro, em todas as escolas com ações de literacia financeira.
Polémica com reitor da Universidade do Porto
Sobre a polémica com o Reitor da Universidade do Porto - que denunciou ao jornal Expresso que tinham sido feitas "pressões" para aceitar entradas ilegais em Medicina - Fernando Alexandre insiste que nunca falou até hoje com o Diretor da Faculdade de Medicina daquela instituição e que o telefonema que fez ao Reitor foi para devolver duas chamadas que António Sousa Pereira fez para falar sobre deixar entrar 30 candidatos que não tinham a classificação mínima para aceder ao curso em questão.
Em entrevista à Antena 1, o ministro garantiu ainda que, para si, "o assunto está encerrado", acrescentando que o que ainda não percebeu foi "quem é que errou: se foi o jornal Expresso ou o senhor Reitor".
PS esteve "8 anos no ministério da Educação sem o organizar"
Em vésperas de abertura do novo ano letivo, Fernando Alexandre acusou ainda o PS de ter deixado o Ministério da Educação desorganizado. "Não consigo perceber como foi possível o Partido Socialista estar mais de oito anos naquele ministério sem organizar o ministério", disse, acrescentando que "a responsabilidade aqui é mesmo política".
Durante a mesma entrevista, Fernando Alexandre afiançou que existem mais de 20 mil professores não colocados, a grande parte deles no Norte do país, acima do Douro, os quais tem sido difícil colocar porque não aceitam deslocar-se para o Centro e Sul e recusam horários incompletos.
Segundo o ministro, "os números que precisamos são muito, muito, muito, muito inferiores a isso. Se estivermos a falar de horários completos, provavelmente temos pouco mais de mil, se tivermos mil".
Apesar disso, Fernando Alexandre admite que "o problema da falta de professores vai fazer-se sentir em todo o país nas próximas décadas".
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