"É com profunda preocupação que assistimos à escalada da violência em Gaza e noutras regiões, ao sofrimento humano que provoca e à erosão de princípios que deveriam unir a comunidade internacional", referem as Federações e Associações Académicas e de Estudantes numa declaração enviada hoje ao Governo.
"A tragédia no Médio Oriente interpela-nos, enquanto estudantes e enquanto cidadãos que acreditam na dignidade humana, nos direitos humanos e no direito internacional", acrescentam.
Exigem assim que Portugal e os 27 "apliquem sanções diplomáticas, económicas e políticas a Israel enquanto persistirem violações do direito internacional e do direito internacional humanitário".
Pedem também a criação de programas específicos de acolhimento e integração de estudantes, investigadores e professores palestinianos e que seja garantido "apoio humanitário para a implementação de programas de apoio ao bem-estar, assegurando alimentação e cuidados transversais de saúde, de programas educativos e de apoio psicológico destinados a crianças e jovens afetados por conflitos".
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi iniciada quando o movimento islamita palestiniano Hamas atacou solo israelita, em 07 de outubro de 2023, causando 1.200 mortos e fazendo 251 reféns.
A retaliação de Israel já causou mais de 64 mil mortos no enclave palestiniano, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
Os estudantes referem reconhecer "o direito dos Estados à sua defesa e soberania", mas consideram que "a dimensão e a natureza da ofensiva em Gaza ultrapassam há muito qualquer justificação possível, traduzindo-se em sistemáticas violações do direito internacional e humanitário", assinalando que dezenas de milhares de crianças "morreram ou ficaram gravemente feridas na Faixa de Gaza, e a esmagadora maioria dos estabelecimentos de ensino foi destruída".
"Não se responde ao horror com mais horror. O que se vive é a negação absoluta de dignidade humana e do direito à vida. É vil, é terrível, é desumano --- e não temos, sob pretexto algum, o direito de permanecer em silêncio", declaram.
A declaração foi aprovada no Encontro Nacional de Direções Associativas, que decorreu no fim de semana em Lisboa, e tem como destinatários em Portugal os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Educação, Ciência e Inovação, da Cultura, Juventude e Desporto, bem como os Conselhos Nacional da Educação, de Reitores das Universidades Portuguesas, Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e ainda a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado.
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