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Associação Zero alerta para necessidade de estabilizar terrenos afetados

A associação ambientalista Zero alertou hoje para a necessidade de se estabilizar rapidamente os terrenos afetados pelos recentes incêndios florestais em Portugal para prevenir os riscos associados às primeiras chuvas.

Associação Zero alerta para necessidade de estabilizar terrenos afetados

© CARLOS COSTA/AFP via Getty Images

Lusa
30/08/2025 12:10 ‧ há 8 horas por Lusa

a altura certa para agir. A estabilização dos terrenos deve ser feita rapidamente e de forma expedita", referiu a associação, em comunicado.

 

De acordo com a Zero, a ausência de medidas efetivas de recuperação pode resultar em sérios riscos de erosão, deslizamentos de terras e contaminação de recursos hídricos.

A associação salientou que os terrenos queimados estão particularmente vulneráveis e que a destruição da vegetação e a degradação do solo potenciam processos erosivos e de instabilidade e aumentam, de forma significativa, o risco de desastres naturais como inundações e deslizamentos que podem afetar gravemente as infraestruturas e as populações.

"Os incêndios florestais alteraram profundamente o solo: a matéria orgânica foi queimada, a sua estrutura alterada e formou-se uma camada hidrofóbica que reduz a infiltração. Com menos raízes e coberto morto, o solo fica exposto ao impacto das gotas de chuva, selando a superfície, favorecendo a escorrência e abrindo caminho a ravinamentos", especificou.

A Zero explicou que, após o fogo, o risco de erosão dispara.

E acrescentou: "Chuvas intensas mobilizam grandes cargas de sedimentos e cinzas que entopem linhas de água, elevam a turbidez e transportam nutrientes (nitratos, fosfatos) que podem desencadear eutrofização".

Segundo a associação ambientalista, a maioria das áreas protegidas recentemente ardidas integra zonas de acentuado declive, o que potencia ainda mais os riscos de erosão e de arrastamento de sedimentos, necessitando estas áreas de atenção especial, empenho acrescido e intervenção urgente.

A Zero alertou, por isso, para a necessidade de garantir que os relatórios técnicos de avaliação pós-incêndio sejam elaborados de forma célere e devidamente articulados com as entidades responsáveis no terreno.

Estes relatórios são essenciais para identificar as zonas mais vulneráveis e assegurar que as medidas de estabilização são aplicadas de forma direcionada e eficaz, frisou.

Na sua visão, as ações de estabilização do solo devem ser realizadas entre o fim da fase crítica dos incêndios e antes da ocorrência das primeiras chuvas significativas porque atrasos nesta fase comprometem a eficácia das intervenções e agravam os riscos de erosão e de danos ambientais, sociais e económicos.

"Inação neste momento crítico poderá resultar em consequências que poderão ser graves para as populações e os ecossistemas afetados", reforçou.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram quatro mortos, entre eles um bombeiro, e vários feridos e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo dados oficiais provisórios, até 29 de agosto arderam cerca de 252 mil hectares no país.

Leia Também: Três mortos em incêndio provocado por manifestantes na Indonésia

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