Uma mulher condenada há 15 dias a 25 anos de prisão, no Brasil, por mandar matar o marido foi detida em Portugal, na terça-feira, 26 de agosto.
De acordo com vários sites brasileiros, entre os quais o GZH, trata-se de Francismara Vasconcelos Machado, uma advogada brasileira, de 50 anos, condenada como "mandante" do assassinato do marido, Mateus Pereira Campos, que trabalhava como motorista para uma aplicação de transporte de passageiros.
O crime ocorreu em Campestre da Serra, no estado brasileiro de Rio Grande do Sul, em setembro de 2019.
O Tribunal de Vacaria, no mesmo município, deu como provado que a vítima, que tinha 33 anos na altura do crime, foi torturada antes de ser assassinada a tiro. Posteriormente, o homem que executou o crime, condenado a 29 anos de prisão, ocultou também o cadáver.
Advogada vivia num condomínio de luxo no Porto desde 2023
Conta ainda o mesmo site que, de acordo com o Ministério Público (MP) brasileiro, a advogada foi capturada pela Polícia Judiciária (PJ) portuguesa, com o apoio da Guardia Civil espanhola.
A criminosa viveria num condomínio de luxo na Maia, distrito do Porto, desde que tinha saído do Brasil, em 2023.
"Logo depois da condenação, cuja atuação em plenário foi dos promotores de Justiça Gustavo Alexandre Ritter e Ronaldo Lara Resende, começamos as diligências por meio do Gaeco para a localização e cumprimento do mandado de prisão. Conseguimos a informação de que ela tinha saído do país em 2023 e teria entrado na imigração de Portugal, em Lisboa. A partir daí, foram feitas diligências para a localização do possível endereço em Portugal, o que foi confirmado depois de alguns dias de investigação", explicou o promotor de Justiça Raynner Sales, ao GZH.
Após a localização da advogada, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) solicitou ao tribunal a emissão da ordem de captura internacional e a manifestação de interesse na extradição.
A detenção foi efetuada pelas forças policiais portuguesas e espanholas, com apoio da Polícia Federal brasileira, por meio da Interpol.
Já o Jornal de Notícias revela que a advogada, apesar de viver no Porto, legalmente, com título de residência válido, foi capturada em Moura, no Alentejo, onde estava de férias com familiares.
Segundo a publicação portuguesa a mulher vivia agora "discretamente", da "produção de bolos caseiros".
O crime
No dia 28 de setembro de 2019, o carro de Mateus foi encontrado incendiado, numa estrada de Campestre da Serra. Nessa altura, o motorista foi dado como desaparecido e as investigações pelo seu paradeiro iniciadas.
Às autoridades, num primeiro momento, Fracismara terá dito que tinha sido vítima de um assalto, junto com o marido. Mas os investigadores descartaram logo a versão apresentada.
Duas semanas depois, o corpo de Mateus foi encontrado parcialmente enterrado numa mata, com as mãos amarradas, marcas de tortura e dois disparos de arma de fogo.
Franciscamara Machado acabou acusada de ser a mandante do crime e Fabiano Vieira dos Santos, conhecido por 'Gato', o executante.
As condenações
Ambos foram condenados no passado dia 14 de agosto. A advogada, mulher da vítima, que estava dada como foragida no dia em que a sentença foi lida, a 25 anos de cadeia, Fabiano a mais quatro.
'Gato', que já tinha antecedentes por furtos e roubos, foi condenado a 29 anos de prisão.
O processo tinha mais dois réus. Um foi absolvido, o outro ainda será julgado.
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