Sexta-feira é "dia preocupante" quanto a "agravamento dos incêndios"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou que sexta-feira será um "dia particularmente preocupante", tendo em conta as condições meteorológicas que poderão ser propícias "à permanência e ao agravamento do ponto de vista de incêndios". Agradeceu ainda a todos os operacionais que se encontram no terreno a combater os fogos.

Marcelo Rebelo de Sousa

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Maria Gouveia
13/08/2025 19:28 ‧ há 2 horas por Maria Gouveia

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, esta quarta-feira, que tem "acompanhado permanentemente aquilo que se passa com os incêndios". Alertou ainda que "sexta-feira" será "um dia complicado" devido às condições meteorológicas.

 

"Quer o senhor primeiro-ministro, quer eu próprio, temos acompanhado permanentemente aquilo que se passa com os incêndios e todos temos a noção em Portugal que houve um agravamento da situação das condições meteorológicas nas últimas três semanas, no final de julho e início de agosto, e que continua. É preciso dizer essa verdade aos portugueses", começou por dizer, em declarações aos jornalistas à saída da reunião com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em Faro.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que as condições meteorológicas do país "são partilhadas" com outros países europeus, dando como exemplo Espanha.

"O que se passou ontem no Piodão e em Sátão teve que ver com fenómenos de natureza excecional", referiu, destacando que um especialista falou acerca disso e que "explica porque é que hoje essa é situação mais grave que está a ser combatida".

E continuou: "De entre as mais de 50 ocorrências, o que se passa é que há um número limitado em que há evoluções positivas, há uma monitorização em outras e há esta que é particularmente preocupante".

De notar que o incêndio florestal que lavra em Piodão terá sido provocado por trovoada seca.

"O que mais nos preocupa é sexta-feira que vem [15 de agosto]. É um dia particularmente preocupante, porque há uma convergência de condições objetivas de natureza meteorológica e física que pode apontar para uma situação muito propícia à permanência e ao agravamento do ponto de vista de incêndios", sublinhou.

O Presidente da República salientou que não se tem pronunciado (acerca dos incêndios), assim como o primeiro-ministro por duas razões: "Uma, porque têm respeitado aquilo que ficou definido desde 2017/2018 quanto à intervenção do poder político. Segundo, porque não querem agravar em termos de alarme para além daquilo que é verdadeiramente a situação que é reconhecida e tem determinado alerta prolongado até sexta-feira às 24h00 -, mas há aqui uma situação muito específico e complicada".

Marcelo agradeceu ainda "a toda a estrutura de combate de resposta aos incêndios, ao pessoal autárquico e aos operacionais o esforço exigido". "É uma brutalidade porque são dias e noites, dias e noites".

O chefe de Estado notou também que se tem feito uma comparação entre os incêndios de 2017 e os incêndios deste ano. Contudo, "não há comparação para já porque, em 2017, apesar de haver uma estrutura de proteção civil, não tinha o grau de coordenação, nem os bombeiros tinham o grau de capacidade que hoje têm, nem outras instituições fundamentais têm o grau de capacidade de resposta que hoje têm".

"Quando não se compara... não há comparação possível. Basta dizer que em junho houve várias dezenas de mortes num curto espaço de tempo comparando com estas últimas semanas e somando os incêndios de junho e de outubro temos mais de uma centena de mortos", frisou.

E acrescentou: "Aqui, tem sido possível, até ao momento, preservar a vida humana e preservar, na medida do possível, as povoações, os bens materiais. E essa é uma das prioridades da intervenção do terreno em curso".

"Sentido cívico de não utilizar [os incêndios nas campanhas]"

O chefe de Estado enalteceu ainda o facto de os autarcas e candidatos autárquicos "resistirem à tentação" de usarem "o argumento dos incêndios" nas suas campanhas eleitorais.

"Havendo eleições marcadas e próximas e havendo o que estamos a viver nos incêndios - que ainda não terminou -, tem havido o sentido cívico de não utilizar [os incêndios nas campanhas]. E eu estou feliz como Presidente da República por ter a certeza que nenhum candidato a nenhuma eleição utilizará o tema dos incêndios como tema de campanha eleitoral. Não é um aviso, é um agradecimento aquilo que tem sido um comportamento cívico exemplar dos portugueses", concluiu.

Marcelo Rebelo de Sousa alertou os portugueses que o país ainda tem "esta semana pela frente, e certamente, pelo menos, um dia muito complicado".

[Notícia atualizada às 20h03]

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