O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo criticou, esta quarta-feira, a falta de estratégia no combate aos incêndios, considerando que é "inaceitável" que oito anos após a tragédia dos incêndios em Pedrógão Grande haja ainda falhas no combate aos incêndios rurais.
"Oito anos depois de Pedrógão Grande, é inaceitável haver falhas estruturais do Estado no planeamento, na organização e na prevenção dos fogos rurais", escreve na legenda de um vídeo publicado na sua página de campanha.
"Unidos, temos de desenvolver uma economia da floresta, com povoamento do interior, planeamento florestal e prevenção de fogos que possibilite proteger vidas, criar riqueza e valorizar o território", pode ler-se.
No vídeo, que pode ver mais abaixo, Gouveia e Melo dá ainda conta de que os incêndios rurais afetam "ano após ano" Portugal: "Já estive em Pedrógão em 2017, passei 2017, enquanto militar, permanentemente envolvido em rescaldos e apoio a populações - o que hoje vejo, outra vez, na televisão? Sete, oito anos depois, é exatamente a mesma situação."
Quando vi que os três 'Canadair' estavam inoperacionais, senti-me completamente envergonhado
O candidato presidencial exemplifica algumas das alterações que deveriam ser feitas, nomeadamente, em relação aos 'Canadair', aeronaves que ajudam no combate às chamas e que esta semana sofreram problemas: "É inaceitável, em termos de planeamento e organização, que três meios aéreos, que são os 'Canadair', importantes, de repente, ficassem todos avariados."
"Quando vi que os três 'Canadair' estavam inoperacionais, senti-me completamente envergonhado - enquanto um agente do Estado, enquanto português, porque isto é o colapso da organização", afirma, defendendo o desenvolvimento de uma economia da floresta e mais povoamento no Interior.
"Em termos de combate e prevenção temos de munir o Estado todo com uma resposta sólida, organizada e planeada. Não podemos continuar a improvisar. Isto é o Estado do improviso", critica.
Abaixo, eis o vídeo completo:
Recorde-se que na segunda-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) explicou que os dois aviões 'Canadair' afetos ao Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) ficaram inoperacionais, existindo um terceiro para substituir em caso de eventuais avarias, mas que também estava fora de serviço.
Face à situação, o Ministério da Administração Interna acionou o mecanismo de cooperação bilateral - em matéria de proteção civil - estabelecido com Marrocos, por forma a que o país pudesse emprestar estas aeronaves para combater as chamas.
Portugal está em situação de alerta pelo menos até sexta-feira devido ao risco de incêndio e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram uma área de quase 60 mil hectares este ano.
[Notícia atualizada às 18h58]
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