Pelo menos três bebés nasceram no interior de ambulâncias dos bombeiros nos últimos três dias, entre quarta e sexta-feira. Segundo relatos nas redes sociais, Gerson, Madjera e Santiago nasceram em ambulâncias das corporações da Moita, Moura e Montijo.
Numa publicação na rede social Facebook, os Bombeiros Voluntários do Concelho da Moita revelaram que, pela 1h05 desta sexta-feira, receberam "uma chamada para uma parturiente da Baixa da Banheira que, devido ao encerramento do Bloco de Partos do Barreiro, teria transporte referenciado para Setúbal".
No entanto, o pequeno Gerson "não quis esperar" e nasceu 15 minutos depois, pela 1h20.
"Decidiu nascer sem mais demoras com a ajuda dos nossos operacionais, sendo posteriormente transportado ao Hospital de Setúbal", explicou a corporação, destacando que "tudo está bem quando acaba bem".
Já na quarta-feira, os Bombeiros Voluntários de Moura deram conta do nascimento de uma bebé no interior de uma das suas ambulâncias a caminho do Hospital de Beja.
Numa nota, divulgada também no Facebook, a corporação explicou que o nascimento ocorreu após um alerta de "emergência para trabalho de parto". Já "durante o transporte para o Hospital de Beja, os bombeiros, apoiados pela equipa SIV e pelo médico, assistiram ao parto dentro da ambulância".
"Eram 2h05 quando nasceu a Madjera", escreveu a corporação. "Muitos parabéns aos pais e à equipa multidisciplinar".
Mais tarde no mesmo dia, Santiago nasceu após os operacionais dos Bombeiros Voluntários do Montijo terem sido "acionados para o transporte de uma grávida, que, à hora da avaliação inicial, não apresentava sinais de trabalho de parto eminente".
No entanto, "durante o percurso, a situação evoluiu rapidamente e, pelas 11h13, teve início o trabalho de parto, que culminou com o nascimento do pequeno Santiago, no quilómetro 0.3 do IC21".
Segundo a corporação, "tanto a mãe como o recém-nascido encontram-se bem".
Sublinhe-se que só este ano nasceram mais de 40 bebés em ambulâncias ou em casa, segundo os relatos de corporações de bombeiros nas redes sociais. O número poderá ser superior, uma vez que nem todas as ocorrências são noticiadas.
No final de abril, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu que é preciso garantir que nasçam menos bebés em ambulâncias, mas destacou que sempre houve situações semelhantes.
"O objetivo é que nasçam cada vez menos bebés em ambulâncias, sobretudo através de gravidezes bem vigiadas. Se há uma área onde nos distinguimos nos últimos 45 anos é na área maternoinfantil e por isso o que temos é de conseguir garantir que esses indicadores se mantenham", disse a ministra no final de uma visita ao Hospital de Santa Cruz, integrado na Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental.
Ana Paula Martins referiu, contudo, que sempre nasceram bebés em ambulâncias e vão continuar a nascer em alguns momentos, porque não é possível evitar em algumas circunstâncias. "Mas naturalmente que não é de forma alguma o nosso objetivo", declarou.
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