TPI defende "direito humano a ambiente limpo, saudável e sustentável"

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) confirmou hoje o "direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável" e advertiu que este é "inerente ao exercício de outros direitos fundamentais".

Tribunal de Justiça Internacional de Haia

© Getty Images

Lusa
23/07/2025 17:11 ‧ há 8 horas por Lusa

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inerente ao exercício de outros direitos fundamentais", como o direito à vida, à saúde e a um nível de vida adequado, que estão ameaçados pelo aquecimento global e pela subida do nível do mar.

 

O juiz presidente do Tribunal, Iwasawa Yuji, observou que este Tribunal, a mais alta instância da ONU, considera que "um ambiente limpo, saudável e sustentável é uma condição prévia para o gozo de muitos direitos humanos, como o direito à vida, à saúde e a um nível de vida adequado, incluindo o acesso à água, à alimentação e à habitação".

Durante a leitura de um parecer consultivo solicitado pela Assembleia Geral das Nações Unidas sobre as obrigações dos Estados em matéria de alterações climáticas, o juiz defendeu que "este direito humano é, portanto, inerente ao exercício de outros direitos fundamentais" e resulta da "interdependência entre os direitos humanos e a proteção ambiental".

Além disso, o TIJ alertou que as consequências das alterações climáticas a nível global são "graves e de longo alcance" e realçou que os seus efeitos sobre as diferentes populações refletem "a ameaça urgente e existencial" que representa a crise climática.

Alertou ainda que as emissões de gases com efeito de estufa são "inequivocamente causadas por atividades humanas, sem limites territoriais".

"Em relação ao contexto científico, o Tribunal observou que as consequências das alterações climáticas são graves e de longo alcance, afetando tanto os ecossistemas naturais como as populações humanas. Estas consequências refletem a ameaça urgente e existencial representada pelas alterações climáticas", acrescentou Iwasawa Yuji.

A resolução adotada pela Assembleia em março de 2023 solicitou ao TIJ que respondesse a uma série de questões baseadas em documentos como a Carta das Nações Unidas, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, o Acordo de Paris e os direitos reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"Quais são as obrigações dos Estados, ao abrigo do direito internacional, de garantir a proteção do sistema climático e de outras partes do ambiente contra as emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa, em benefício dos Estados e das gerações presentes e futuras?", questionou a Assembleia.

E perguntou ainda sobre "as consequências jurídicas" para os Estados que não cumpram estas obrigações.

Em dezembro passado, durante uma semana de audições, cerca de 100 países e organizações internacionais apresentaram os seus argumentos perante o Tribunal sobre o assunto.

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