Burocracia, treino de pilotos e Saúde: 4.º helicóptero "demorará semanas"

A responsável pela tutela da Saúde, Ana Paula Martins, considerou que Portugal "tem os meios necessários" para situações em que seja necessário o transporte aéreo. Ministra critica ainda a burocracia.

Apresentação de novo helicóptero Black Hawk UH-60 em Ovar

© Lusa

Teresa Banha
10/07/2025 16:11 ‧ há 9 horas por Teresa Banha

País

Ministra da Saúde

A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve esta quinta-feira na Base Aérea N.º 8, em Ovar, no distrito de Aveiro, onde falou acerca dos helicópteros 'ao serviço' de utentes em emergências.

 

Em declarações aos jornalistas no local, a governante apontou que, fora os meios da Força Aérea, atualmente Portugal tem "dois meios a operar e teremos em breve o terceiro meio, e depois o quarto meio", durante a fase de transição que durará até 30 setembro.

"Quer a Força Aérea quer o INEM: todos os dias fazemos transporte secundário, ou entre hospitais, de doentes de todas as idades que precisam de ser deslocados de um hospital que não tem um nível de diferenciação para um hospital que tenha maior nível de diferenciação", afirmou, durante a apresentação do segundo helicóptero da Força Aérea capaz de operar 24 horas por dia, em missões diurnas e noturnas, dotado de um 'kit' de última geração para emergência médica.

Falando acerca do concurso para a obtenção de helicópteros, a ministra apontou que "demorou mais tempo do que devia", mas sublinhou: "No fim do dia, vai colocar em Portugal quatro aeronaves que são das mais modernas que hoje operam na área da aviação civil e da emergência médica. A juntar a um dispositivo que temos nas Forças Armadas, que continuará à disposição de Portugal".

Ana Paula Martins não se comprometeu com datas fixas, dando conta de que o terceiro helicóptero "estará mais proximamente disponível" de estar a operar, e o quarto "demorará mais algumas semanas". E justificou a demora: "Tem tudo a ver com o treino dos próprios pilotos."

Sublinhou ainda que o Governo, no que é a sua responsabilidade, tem de dar algumas garantias: "Temos de garantir, e essa é a minha responsabilidade como Ministra da Saúde, meios aéreos, que eles fazem parte do sistema integrado. Foi isso que fizemos. Creio que em muito boa hora. Porque já várias vezes estudámos a possibilidade de Força Aérea no sistema de emergência médica - e essa é uma matéria clara para nós", considerou, garantindo que "temos todos os meios que são necessários para" para situação de helitransporte, que "não são todas."

A governante reforçou que o "combate à burocracia" tem vindo a dificultar a situação do concurso.

O que diz a Força Aérea?

Note-se que desde o dia 1 que a Força Aérea assegura o transporte de emergência médica com quatro helicópteros, anunciados para operar 24 horas por dia, uma solução transitória até que a empresa que ganhou o concurso para esse serviço, a Gulf Med, tenha os meios suficientes.

Apesar dos problemas existentes, a ministra realçou que é preciso dar confiança ao povo português que "vê na emergência médica, nas Forças Armadas e no INEM uma área de soberania muito importante".

Ana Paula Martins anunciou ainda que estão previstas obras nos heliportos hospitalares para receber os helicópteros de grandes dimensões, mas não esclareceu quando, nem onde é que vão decorrer as obras.

"Eu não lhe vou dizer onde é que vão haver as obras, nem lhe posso dizer neste momento quando, mas há uma coisa que lhe posso dizer, é que estão na agenda. E isso é muito importante, porque até agora não estiveram", afirmou.

A Força Aérea contava até agora com um helicóptero em Beja autorizado a operar entre as 5 horas e as 21h30, um helicóptero e dois aviões no Montijo que operam 24 horas por dia e um helicóptero em Ovar para o período entre as 5 horas e as 21h30. A este, junta-se agora este segundo helicóptero em Ovar.

Questionado pela Lusa, o chefe do Estado Maior da Força Aérea esclareceu que o helicóptero que foi hoje apresentado só deverá começar a funcionar 24 horas por dia dentro de aproximadamente uma semana.

"Este aqui não será 24 horas a partir de hoje. A partir de agora, que recebeu equipamentos, vai começar a operar lentamente. Nós estamos há uma semana nisto", explicou o general Cartaxo Alves.

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Lusa | 18:14 - 10/07/2025

O chefe do Estado Maior da Força Aérea realçou ainda o "esforço enorme" feito pela Força Aérea para ajudar o país neste período em que o serviço de emergência médica está a entrar em crescimento, até 30 de setembro, adiantando que há vários militares que tiveram de adiar as suas férias.

"Neste momento, durante o dia, o país tem muito mais meios do que tinha no passado. Já tem dois helicópteros do INEM. Tem mais quatro helicópteros da Força Aérea e mais dois aviões. Durante a noite, a Força Aérea tem duas aeronaves H24 e tem um helicóptero no Montijo (...) Iremos obviamente crescer aos poucos garantindo mais meios, mas entretanto os helicópteros do INEM também vão chegando e irão haver mais helicópteros no dispositivo também à noite", referiu.

[Notícia atualizada às 18h16]

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