De acordo com a CML, a cerimónia de atribuição da Medalha de Honra da Cidade a Maria Manuela Ramalho Eanes está marcada para 15 de julho, às 18 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Sob proposta do presidente da CML, Carlos Moedas (PSD), a atribuição da Medalha de Honra da Cidade a Manuela Eanes foi aprovada pelo executivo municipal há cerca de dois meses, precisamente em 23 de abril, em reunião pública da câmara, com votação por escrutínio secreto, em que houve 16 votos a favor e uma abstenção.
"Ao longo de toda a vida, Manuela Eanes falou com firmeza e sem filtros sobre a pobreza e maus-tratos infantis, rompendo com tradições, nomeadamente relativamente ao papel da primeira-dama, o qual usou em prol das causas sociais", lê-se na proposta subscrita pelo social-democrata Carlos Moedas.
Nascida em Almada, em dezembro de 1938, Manuela Eanes licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, "momento em que despontou e se tornou visível a sua vocação para as causas sociais, tendo sido presidente da Juventude Universitária Católica".
Nas décadas de 60 e 70 do século XX esteve ligada ao Ministério da Saúde e Assistência, nomeadamente ao Instituto das Obras Sociais -- do qual foi subdiretora, tendo trabalhado em projetos sociais para crianças e idosos, promovendo a assistência à população mais vulnerável, inclusive a implementação de cantinas escolares, infantários/creches e subsídios de velhice e invalidez para antigos regentes escolares.
Em 1970, Manuela Eanes casou com António Ramalho Eanes, que viria a ser eleito como o 16.º Presidente da República Portuguesa e o primeiro democraticamente eleito após a Revolução de 25 de Abril de 1974, exercendo o cargo entre 1976 e 1986.
Enquanto primeira-dama fundou, em 1983, o Instituto de Apoio à Criança (IAC), que se dedica à promoção e defesa dos direitos da criança, tendo sido presidente do IAC até 2013, quando se tornou presidente honorária.
Na proposta de atribuição da Medalha de Honra da Cidade, o presidente da CML referiu ainda que Manuela Eanes, de 86 anos, é uma "figura indelével da sociedade", com impacto no país e na cidade de Lisboa.
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