Começa esta terça-feira, no Tribunal de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores, o julgamento do suspeito de matar Ademir Moreno, um cidadão cabo-verdiano, de 49 anos, na ilha do Faial.
O arguido, de 24 anos, foi acusado de homicídio e ofensa à integridade física, por "ódio racial", de acordo com o Ministério Público (MP).
O caso remonta a 18 de março de 2024, quando suspeito e vítima se desentenderam à porta de uma discoteca do Faial. Ademir Moreno foi alvo de várias agressões, que causaram um hematoma craniano. Acabou por morrer, já no hospital da Horta.
O suspeito foi detido pouco depois do crime. Após ser presente a primeiro interrogatório judicial, ficou em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, onde se manteve até agora.
Esta semana, mais de um ano depois do crime, foi transferido para a Terceira, para ser julgado. Neste julgamento serão ouvidas, segundo a RTP Açores, 25 testemunhas.
Se for dado como culpado, o homem poderá ser condenado a uma pena entre os 12 e os 15 anos de cadeia.
Recorde-se que o crime, com contornos violentos, causou muita indignação e repúdio no arquipélago na altura. Houve até uma vigília na Horta, que contou com centenas de pessoas, a pedir Justiça por Ademir.
Já este mês, o Coletivo Anti-Racista denunciou mais uma agressão com contornos racistas, também na ilha do Faial. Um estudante internacional da Universidade dos Açores terá sido "violentamente agredido" na madrugada do dia 31 de maio, na Hora, num "ataque súbito e sem provocação", tendo necessitado de assistência hospitalar.
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