Segundo o programa enviado à agência Lusa, às 14h30 a sede da AVIPG, na antiga escola primária da Figueira, freguesia da Graça (Pedrógão Grande), abre portas, seguindo-se, pelas 17h00, um encontro junto ao Memorial às Vítimas dos Incêndios de 2017 e a colocação de uma coroa de flores.
Às 18h30, está prevista uma missa na Igreja Matriz da Graça.
Já no dia 22, realiza-se a caminhada "Renascer 17.06.2017".
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria adiantou que os autarcas vão associar-se às iniciativas da associação, com deposição de coroa de flores no local, bem como preparar o monumento para o efeito.
O memorial abriu em 15 de junho de 2023, junto à Estrada Nacional (EN) 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande, com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano.
Foi no memorial que, em 09 de junho do ano seguinte, foi hasteada a Bandeira Nacional, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, então centradas em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no norte do distrito de Leiria, os concelhos mais atingidos pelos incêndios de junho de 2017.
A bandeira foi entregue no Dia de Portugal à AVIPG.
Os incêndios que deflagraram em 17 junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Em outubro do mesmo ano, incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
O processo judicial relativo às mortes nos incêndios de Pedrógão Grande aguarda deliberação do Tribunal da Relação de Coimbra, após a interposição de vários recursos na sequência da absolvição de todos os arguidos em setembro de 2022 no Tribunal Judicial de Leiria.
Neste processo, o Ministério Público (MP) contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal.
Em julgamento estiveram o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, então responsável pelas operações de socorro, dois funcionários da antiga EDP Distribuição (atual E-REDES), José Geria e Casimiro Pedro, e três trabalhadores da Ascendi (Rogério Mota, José Revés e Ugo Berardinelli).
A linha de média tensão Lousã-Pedrógão, na qual o MP sustentou que ocorreram descargas elétricas que desencadearam os incêndios, era da responsabilidade da empresa.
Já a subconcessão rodoviária do Pinhal Interior, que integrava a EN 236-1, estava adjudicada à Ascendi Pinhal Interior, à qual cabia proceder à gestão de combustível.
Os ex-presidentes das Câmaras de Castanheira de Pera e de Pedrógão Grande, Fernando Lopes e Valdemar Alves, respetivamente, também foram acusados.
O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, assim como o antigo vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande José Graça e a então responsável pelo Gabinete Florestal deste município, Margarida Gonçalves, estavam, igualmente, entre os arguidos.
Um outro processo judicial, relativo à reconstrução de casas em Pedrógão Grande na sequência dos incêndios, regressou, entretanto, à primeira instância para aplicação das penas determinadas, após diversos recursos.
Neste processo, 14 arguidos, incluindo Valdemar Alves e o antigo vereador Bruno Gomes, e requerentes da reconstrução de imóveis como se de primeira habitação se tratasse, familiares destes ou funcionários das Finanças e de junta de freguesia, foram condenados, em penas suspensas, tendo sido ainda determinados pagamentos a diversas entidades por conta dos pedidos cíveis.
Leia Também: Bombeira no quadro de reserva de Pedrógão julgada por crimes de incêndio