O programa do XXV Governo Constitucional já foi entregue na Assembleia da República, este sábado. O documento foi entregue pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, à primeira vice-presidente do parlamento, a social-democrata Teresa Morais, na sala de visitas do presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco.
"É um programa para quatro anos, que assenta sobre uma agenda transformadora, um plano de reforma do país. Este Governo pretende, para além da estabilidade, transformar o país nas áreas mais importantes", referiu, aos jornalistas no Parlamento.
Citando Fernando Pessoa, Carlos Abreu Amorim disse que o Executivo estava preparado para transformar o país: "Como dizia, 'Quem quer entender o futuro, tem de estar preparado para o criar'".
Segundo o governante, o plano para quatro anos prevê valorizar o trabalho e proteger a poupança, "tem investimento reforçado ao longo de quatro anos na Defesa", assim como aposta na modernização da Administração Pública.
Para além da 'guerra à burocracia' já declarada pelo Governo, este plano pretende também entre outras medidas, a valorização da atividade económica e criação de riqueza, "sem a qual nenhuma das políticas sociais poderá ser possível."
Carlso Abreu Amorim apontou que o debate sobre o programa iria ser feito na terça e quarta-feira, dado que o Governo está sujeito ao "escrutínio dos grupos parlamentares e todos os pormenores serão desenvolvidos pelos ministros das respetivas pastas. A ideia fundamental é mesmo a agenda transformadora."
"Procuraremos o consenso, vamos estabelecer diálogo com todos. É um programa para todos os portugueses e que, preferencialmente, terá de ser realizado e executado de acordo com as ideias daqueles que de alguma forma consigam encontrar o consenso na sua definição: encontrar pontos comuns e pontos divergentes", atirou.
O ministro foi questionado sobre se este consenso seria com Partido Socialista e Chega, apontando que o diálogo será "com todos, todos, todos: citando alguém bem melhor do que nós", disse, referindo-se ao Papa Francisco.
Confrontando ainda acerca da moção de rejeição proposta pelo Partido Comunista, o governante disse que outras forças parlamentares terão que fazer o seu escrutínio, mas também responsabilizar-se, "com aquilo que, aliás, com o que já disseram, e que acreditamos que vai ser conseguido, que é a estabilidade que os portugueses desejam para que a agenda transformadora seja conseguida."
A coligação AD (PSD/CDS-PP) venceu as legislativas sem maioria absoluta, elegendo 91 deputados em 230, dos quais 89 são do PSD e dois do CDS-PP.
O Chega passou a ser a segunda maior força parlamentar, com 60 deputados, seguindo-se o PS, com 58, a IL, com nove, o Livre, com seis, o PCP, com três, e BE, PAN e JPP, com um cada.
Luís Montenegro é primeiro-ministro desde 2 de abril do ano passado, após um ciclo de oito anos de governação do PS.
[Notícia atualizada às 13h15]
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