"As palavras bombeiros e Liga dos Bombeiros Portugueses não são estranhas à nova ministra", disse à Lusa o presidente da LBP, António Nunes, dando conta de que os dirigentes da Liga se reuniram duas vezes com Maria Lúcia Amaral, enquanto provedora de Justiça, a quem apresentaram muitos dos problemas do setor.
Segundo António Nunes, Maria Lúcia Amaral, hoje nomeada ministra da Administração Interna, "já teve contacto" com os problemas dos bombeiros.
O presidente da Liga disse também que a nomeação de Maria Lúcia Amaral para MAI em plena época de incêndios florestais não terá qualquer interferência, uma vez "os bombeiros já estão mecanizados com a resposta" e o sistema já está montado.
António Nunes considerou que só em outubro ou novembro deverá ser revertida a estrutura operacional da Proteção Civil à organização por distritos, acabando com os atuais comandos sub-regionais, criados há dois anos, uma questão que ficou pendente da anterior legislatura.
Para o responsável, o Governo não deve querer fazer esta reforma neste momento de incêndios florestais.
Em causa está a divisão territorial do sistema de proteção civil feito pelo Governo socialista que acabou com os 18 comandos distritais de operações e socorro (CDOS), pretendendo o executivo reativar os CDOS e acabar 24 comandos sub-regionais de emergência e proteção civil.
A anterior ministra remeteu a concretização desta medida para depois das eleições.
Com 68 anos, Maria Lúcia Amaral, atual provedora de Justiça, foi a escolha do primeiro-ministro, Luís Montenegro, para substituir Margarida Basco no cargo de ministra da Administração Interna.
António Nunes considerou que a anterior equipa do MAI "demorava demasiado tempo a fazer alguns ajustamentos" necessários, esperando por isso que a nova ministra seja "mais acutilante" e "consiga ultrapassar as questões burocráticas".
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, apresentou hoje o seu segundo Governo, que terá 16 ministérios, menos um do que o anterior, e vai manter 13 dos 17 ministros do executivo cessante.
A posse do XXV Governo Constitucional será na quinta-feira às 18:00, 18 dias depois das eleições, o que constitui o processo mais rápido de formação de Governo nos mandatos presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa.
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