"Tenho remorsos do que fiz e vou ter para sempre", afirmou o arguido, de 30 anos, perante o coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo, no Porto.
Em prisão preventiva, o alegado homicida garantiu que não há um dia em que não se lembre do que se passou.
Além disso, o suspeito referiu que já pediu desculpa pelo que aconteceu à ex-companheira, de quem gosta muito e com quem tem um filho menor, lembrando ter-se mudado do Brasil para Portugal com ela.
O arguido contou que desde que se separou da ex-companheira, em março de 2024, que deixou de conseguir comer e dormir.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que o arguido ameaçou, incluindo de morte, insultou e agrediu fisicamente a companheira entre 2017 e março de 2024.
E que, após a separação e não se conformando com a mesma, o homem, por diversas vezes, a perseguiu e ameaçou.
O MP salienta que a 13 de julho de 2024, pelas 06:20, o suspeito entrou na casa da ex-companheira, com o seu consentimento e com o pretexto de conversarem, e desagradado pelas suas respostas foi à cozinha, pegou numa faca e desferiu-lhe um golpe no abdómen que a fez "sangrar abundantemente".
Ao ver a ex-companheira sair de casa para pedir ajuda, o arguido decidiu levá-la até um serviço de urgência onde recebeu tratamento às lesões, acrescenta.
"Fiz asneira, perdi a cabeça e, infelizmente, atingi-a", afirmou.
O arguido explicou que foi até casa dela para saber para onde tinha ido e, depois de perceber que tinha estado com amigos seus, descontrolou-se, foi à cozinha e pegou numa faca com o objetivo de a intimidar e não matar.
Assumindo que sempre discutiram muito e que, tal como ele, a ex-mulher "explodia facilmente", o arguido contou que até à data do crime nunca lhe bateu, nem lhe causou nenhum hematoma.
Houve uma única vez em que, na sequência de uma discussão em casa, lhe atirou com um chinelo, episódio após o qual foi procurar ajuda médica para se controlar, relatou.
O suspeito, acusado pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada e de violência doméstica, confidenciou ainda que, por duas vezes, se tentou suicidar.
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