Para o executivo comunitário, "a segurança do abastecimento de água doce limpa e a preços acessíveis deve ser uma prioridade orientadora".
A Comissão quer, nomeadamente, restaurar e proteger o ciclo da água como base para um abastecimento sustentável de água, construir uma economia inteligente em relação à água, apoiar uma indústria da água próspera na UE e garantir água limpa e acessível e saneamento para todos, em todos os momentos, e capacitar os cidadãos para a resiliência hídrica.
A proposta dá aos Estados-membros a possibilidade de organizar os seus sistemas de abastecimento de água como entenderem, identificando cinco áreas de ação: governação e execução; financiamento, investimentos e infraestruturas; digitalização; investigação e inovação, indústria e competências; e segurança e preparação.
O reforço da capacidade de retenção de água nos solos, a aposta em práticas agrícolas e a gestão de águas residuais são áreas em que a Comissão prevê progressos, estabelecendo um calendário indicativo de medidas a aplicar.
A prevenção da poluição é outra das apostas de Bruxelas, que destaca, em comunicado, que em 2021 apenas 39,5% das águas superficiais da UE tinham um bom estado ecológico e apenas 26,8% um bom estado químico.
Segundo dados da Comissão, ao ritmo atual, a procura mundial de água ultrapassará em 40% o que está disponível em 2030.
Em todo o mundo, as catástrofes relacionadas com a água deslocaram 40 milhões de pessoas e infligiram mais de 480 mil milhões de euros de prejuízos em 2024.
Em Portugal, onde a seca é um problema grave, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou recentemente que a estratégia "Água que Une" para a gestão da água terá um investimento estimado de cinco mil milhões de euros até 2030.
Em 2027, Bruxelas deverá fazer uma avaliação da aplicação da estratégia pelos Estados-membros.
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