Luís Montenegro regressou sozinho ao Palácio de Belém, de onde tinha saído pelas 18h00 acompanhado pela restante delegação do PSD que foi recebida em audiência pelo chefe de Estado durante 40 minutos.
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou na segunda-feira que tencionava indigitar hoje o primeiro-ministro, depois de ouvir novamente os três maiores partidos com representação parlamentar, PS, Chega e PSD, já com o apuramento dos resultados da emigração.
"Mais uma vez boa tarde", disse o presidente do PSD, ao passar novamente pela comunicação social, na Sala das Bicas do Palácio de Belém, repetindo o cumprimento feito pouco antes.
Na anterior audiência, que teve início perto das 17:20, Luís Montenegro esteve acompanhado pelas vice-presidentes do PSD Leonor Beleza e Inês Palma Ramalho e pelo secretário-geral e líder parlamentar do partido, Hugo Soares.
Há um ano, o presidente do PSD também foi indigitado primeiro-ministro numa segunda audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, a sós.
Nessa ocasião, os resultados da emigração foram conhecidos entre as duas audiências, e não no dia anterior, como agora.
A AD (PSD/CDS-PP), liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, sem maioria absoluta, com aproximadamente 31% dos votos -- 31,79%, somados os votos da AD no continente e Madeira com os da coligação PSD/CDS/PPM nos Açores.
Segundo o apuramento dos resultados concluído na quarta-feira, os dois partidos coligados elegeram 91 deputados em 230, dos quais 89 são do PSD e dois do CDS-PP.
Entre terça e sexta-feira da semana passada, o chefe de Estado ouviu os dez partidos que elegeram deputados nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio: PSD, PS, Chega, IL, Livre, PCP, CDS-PP, BE, PAN e JPP.
Hoje, no dia seguinte ao apuramento dos resultados dos círculos da emigração, que elegem quatro deputados, Marcelo Rebelo de Sousa repetiu audiências ao PS, ao Chega e ao PSD.
O artigo 187.ª da Constituição da República Portuguesa estabelece que "o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".
Após a distribuição de mandatos da emigração, o Chega passou a ser a segunda maior força parlamentar, com 60 deputados, mais dois do que os 58 eleitos pelo PS, que teve mais votos.
A IL manteve-se o quarto maior partido no parlamento, com nove deputados, seguindo-se o Livre, com seis, o PCP, com três, e o BE, o PAN e o JPP, com um cada.
[Notícia atualizada às 18h36]
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