A Comissão de Inquérito Parlamentar relativo à compra de submarinos e outros equipamentos militares está próxima de chegar ao fim – 8 de outubro. Porém, se a expetativa inicial era grande relativamente ao que se poderia descobrir, quando a data de fecho se aproxima, mais parece que serão mais as dúvidas a nascer do que a certezas que se vão apresentar.
A 8 de outubro, já deverão ser conhecidos os depoimentos de António Guterres e Durão Barroso, mas entre as 46 pessoas ouvidas e os mais de 400 documentos recebidos, uma dúvida parece ter ficado, concretamente, no ar. Qual a implicação do Grupo Espírito Santo (GES) neste processo.
Até agora sabe-se, escreve o Expresso, que a Escom recebeu 30 milhões de euros da Ferrostaal para pagar a ‘consultores e advogados’, mas não se sabe quem foram. Sabe-se também que foi o GES quem ganhou o contrato de financiamento dos submarinos, mas aqui, também, há aspetos pouco claros.
Neste âmbito, o BES Investimento apresentou uma proposta com o spread mais baixo (0,19%), mas depois de ter vencido o concurso, sem qualquer explicação até ao momento, subiu o valor para 0,25%.Neste ‘caso’, está ainda por satisfazer também o pedido de documentação sobre o leilão bancário para o financiamento, o que permitiria perceber o que se terá passado.
Agora, com o BES em processo de ‘desmembramento’ e ‘encerramento’, certamente será difícil apurar a totalidade da verdade, conquanto, quando forem apresentadas as conclusões do inquérito, será de espera que alguma luz possa surgir à tona de água deste processo sobre a implicação do grupo da família Espírito Santo nestes processos.