O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou, esta quarta-feira, que a situação humanitária na Faixa de Gaza "é absolutamente intolerável", pedindo que seja permitida a "entrada imediata" de ajuda na região.
"A situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável. É imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos, incluindo crianças, mulheres e doentes", escreveu Luís Montenegro numa publicação divulgada no X (antigo Twitter).
Esta posição é assumida no mesmo dia em que pelo menos um diplomata português e outro brasileiro, numa delegação de embaixadores, foram alegadamente alvo de disparos do exército israelita em Jenin, na Cisjordânia ocupada.
A situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável. É imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos, incluindo crianças, mulheres e doentes.
— Luís Montenegro (@LMontenegro_PT) May 21, 2025
Salientando que ninguém ficou ferido, a WAFA (agência noticiosa palestiniana), que cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana (AP), partilhou imagens dos ataques, que tiveram como objetivo "intimidar", nas quais se veem pelo menos dois israelitas fardados a disparar na direção de um grupo de pessoas que estavam a dar entrevistas.
As autoridades israelitas impuseram um bloqueio a Gaza em março.
Israel anunciou na terça-feira que tinha deixado entrar em Gaza alguns camiões com alimentos para bebés, no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou que dois milhões de palestinianos estavam a passar fome.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de só permitir a entrada em Gaza de uma ajuda "ridiculamente insuficiente" para não ser acusada de "matar a população à fome".
A ajuda autorizada a entrar na Faixa de Gaza, uma centena de camiões desde segunda-feira segundo as autoridades israelitas, "não passa de uma cortina de fumo", segundo a organização não-governamental (ONG).
A MSF denunciou que se mantém o cerco que Israel impôs a Gaza no início de março para obrigar o grupo extremista palestiniano Hamas a libertar os reféns que ainda mantém em cativeiro.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.
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