"Hoje, as ameaças surgem sob múltiplas e complexas formas, muitas delas simultâneas e interligadas. Refiro-me a fenómenos como o crime organizado, (...) a violência, (...) o extremismo (...) ou ainda as redes de tráfico humano e de estupefacientes (...). Podemos aqui acrescentar os ciberataques, que podem interferir com serviços essenciais, desinformar populações e enfraquecer a confiança nas instituições democráticas", afirmou a governante na cerimónia do 114.º aniversário da GNR, em Lisboa.
Sublinhando que a força de segurança é "muitas vezes a primeira e, por vezes, a única presença do Estado em algumas zonas", Margarida Blasco elogiou ainda "a exemplar resposta" da GNR "à crise energética que o país enfrentou na semana passada", cujas causas não são, para já, conhecidas.
A multiplicidade de ameaças foi também destacada pelo comandante-geral da instituição.
"Apesar da relativa tranquilidade e normalidade da nossa vida quotidiana, os fatores externos, conjugados com os diferentes processos de mudança na sociedade portuguesa, estão a tornar o ambiente de segurança mais instável, mais complexo e menos previsível", alertou Rui Veloso.
O tenente-general aproveitou ainda a ocasião para prometer que "não regateará esforços para dar continuidade ao processo de dignificação e valorização profissional e pessoal" dos militares da GNR, "pugnando pela melhoria das condições de trabalho e justa retribuição do serviço que vão prestando ao país".
"Mas relembro que só em comunhão de esforços, num clima de confiança e tranquilidade, sem alaridos inconsequentes, é que teremos condições para superar os diferentes obstáculos com que nos confrontamos", avisou.
A cerimónia militar do 114.º aniversário da GNR decorreu durante cerca de duas horas e meia na Praça do Império, em Belém, Lisboa, e incluiu um desfile das forças em parada.
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