A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, não respondeu às reivindicações que os bombeiros sapadores têm feito esta quarta-feira, mas garantiu que as "conversações estão a decorrer a um bom ritmo".
"As reivindicações que estão a fazer duram há 22 anos. Estão a tentar - e vão conseguir, de certeza - obter o estatuto de bombeiro. As conversações estão a decorrer num bom ritmo", afirmou Margarida Blasco numa breve declaração aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros.
A responsável pela pasta da Administração Interna lembrou também que os bombeiros voluntários tiveram um "aumento de 25% nas suas remunerações nos dias em que decorreram os violentos incêndios" de setembro.
"É à mesa das negociações que se fazem os acordos e este Governo tem dado provas disso", sublinhou a governante.
Margarida Blasco acabou também por 'descartar' responsabilidades sobre os bombeiros sapadores, salientando que o "patrão não é o Estado". "São bombeiros das autarquias. Portanto, dependem das autarquias locais", acrescentou.
Recorde-se que o sindicato dos bombeiros sapadores responsabilizou esta quarta-feira o Governo pelo facto de o protesto diante do Parlamento ter ido além do que estava autorizado, com centenas de manifestantes a invadirem a escadaria e a obrigar à intervenção da polícia.
Em declarações aos jornalistas, Ricardo Cunha, presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, assumiu que o protesto "foi além do que estava legalizado" e confessou não saber quais possam ser as repercussões para os bombeiros, anunciando que a direção do sindicato vai reunir-se "para perceber o que correu mal".
O protesto, que pelas 12h25 reunia centenas de manifestantes, arrancou cerca meia hora antes com o rebentamento de vários petardos, ao som de heavy metal e rock'n'roll.
Daniela Filipe | 12:28 - 02/10/2024
Centenas de bombeiros sapadores fardados ocupavam às 13h00 as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto a polícia formava um cordão à entrada do Parlamento.
[Notícia atualizada às 14h57]
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