Dois homens com idades compreendidas entre os 44 e os 54 anos, foram constituídos arguidos, no dia 31 de julho, pelo crime de danos contra a natureza, em Sesimbra e Setúbal.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) revela que há três anos que investigava o crime, com foco numa rede de pesca ilegal instalada na zona.
Durante este tempo, os arguidos terão capturado, segundo os militares, mais de 23 toneladas de corvina, com recurso a métodos ilegais, gerando um lucro superior a 250 mil euros.
De acordo com a GNR, a dupla utilizava equipamentos tecnológicos, como sondas e GPS, que permitiam a localização e captura dos cardumes de corvina, uma espécie marinha de elevado valor económico e ecológico.
Os suspeitos capturavam as corvinas de forma massiva na altura de reprodução, quando estas se aglomeram em grandes quantidades, fazendo com que os cardumes fosse dizimados, interrompendo a sua reprodução no Estuário do Rio Tejo.
No seguimento da ação, a Guarda deu cumprimento a seis mandados de busca, dois em residência, dois em viaturas e dois embarcações, tendo resultado a apreensão de dois veículos, de duas embarcações, bem como diversas redes e material de apoio à atividade ilícita.
Corvina-legítima pode atingir 100 kg e viver mais de 40 anos
A corvina-legítima (Argyrosomus regius) é uma espécie de grande importância para o ecossistema do rio Tejo, realçando-se o facto de que o Estuário do Tejo, local onde a espécime se encontra vulnerável e desprotegida, é o mais importante dos cinco estuários a nível mundial onde ocorre a reprodução desta espécie, podendo assim colocar em causa, de forma severa, a sobrevivência desta espécie no ecossistema.
Este peixe marinho, pode viver mais de 40 anos e atingir até 100 quilos, e desempenha um papel crucial no equilíbrio do ambiente aquático, alimentando-se de várias presas e contribuindo para a saúde do ecossistema. No entanto, recorda a GNR, a pesca desenfreada e ilegal tem colocado em perigo a sua sustentabilidade.
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