Raquel Barros, a jovem de 18 anos de Oeiras que começou a vender pastilhas a 1 euro para poder ir para a Universidade de Aveiro estudar Marketing, já conseguiu angariar mais de 10 mil dos 22 mil euros de que necessita para fazer face às despesas inerentes de frequentar um curso universitário longe de casa.
Ao Notícias ao Minuto, a jovem revelou que está "muito grata por toda a ajuda, apoio e motivação" que recebeu até agora e continua a receber, lamentando apenas que, desde que o caso foi noticiado, algumas pessoas lhe tenham apontado o dedo, tecendo comentários negativos, sem conhecer a sua história.
'A menina das pastilhas', como se autointitulou, escolheu a Universidade de Aveiro depois de ter feito Erasmus, com a ajuda de uma bolsa, enquanto frequentava a Escola Profissional Val do Rio, no Estoril.
"Com essa experiência e com a ajuda de uma professora, percebi que pela minha saúde mental preciso sair de Lisboa. Ouvi falar da Universidade de Aveiro, informei-me sobre esta faculdade, e decidi candidatar-me. É um sonho que tenho e pelo qual estou a lutar", assegurou.
Por isso, antes mesmo de saber se entrou no curso, algo que só saberá em agosto, Raquel colocou mãos à obra e começou a vender pastilhas a 1 euro, no Parque dos Poetas, em Oeiras.
Posteriormente, contou a sua história no Linkedin e no Youtube e o caso chegou à comunicação social, ganhando outra dimensão.
E Raquel já está a pensar no próximo passo. Além do dinheiro que está a angariar para conseguir fazer fase às despesas, vai candidatar-se a todas as bolsas possíveis, entre as quais a da Câmara Municipal de Oeiras destinada a jovens do concelho que não tenham condições financeiras de suportar custos das propinas.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a autarquia revelou que contactou a jovem, para a informar dessa possibilidade.
Além de Raquel, todos os residentes do município, até aos 40 anos, que ingressem num curso técnico superior profissional, licenciatura, com ou sem mestrado, e mestrado, em estabelecimentos de Ensino Superior público, privado ou cooperativo, reconhecidos oficialmente pelo ministério da Educação, podem candidatar-se a estas bolsas.
As candidaturas para o ano letivo de 2024/2025 ainda não estão abertas, uma vez que os estudantes ainda não sabem se ficaram ou não colocados, mas em breve será disponibilizada mais informação sobre as mesmas no site da autarquia dedicado a esta questão.
Em 2024, o mesmo programa atribuiu 1.200 bolsas a estudantes sem condições financeiras para pagar as propinas.
Na mesma nota enviada ao Notícias ao Minuto, a Câmara Municipal de Oeiras "louva o espírito empreendedor" de Raquel, que "luta pelos seus sonhos", assegurando que esta pode destinar a verba já angariada "a outro objetivo", uma vez que a autarquia compromete-se a pagar a despesa financeira no que toca aos estudos.
Leia Também: Raquel vende pastilhas a 1€ para realizar sonho de ir para a universidade