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Declarações sobre Montenegro foram ofensivas? "De maneira nenhuma"

Presidente da República justificou, na tarde desta quarta-feira, o facto de ter dito que o atual primeiro-ministro tem "comportamentos rurais".

Declarações sobre Montenegro foram ofensivas? "De maneira nenhuma"

O Presidente da República garantiu, na tarde desta quarta-feira, que não está arrependido de ter dito que o atual primeiro-ministro tem "comportamentos rurais" e considera que estas palavras não podem "de maneira nenhuma" ser consideradas ofensivas.

"Pelo contrário. Foram [declarações] muito explicativas, para jornalistas estrangeiros perceberem, por um lado, que há uma continuidade e para se perceber gestos e decisões, que aparecem como inesperados, mas são imaginativos", justificou sobre as declarações que fez num jantar, na terça-feira, com jornalistas estrangeiros, onde distinguiu Luís Montenegro de António Costa.

"É um estilo diferente, muito diferente do estilo do primeiro-ministro anterior. É um estilo que está a surpreender, que vai surpreender e por isso eu disse que há um lado imprevisível nele que tem a ver com essa imaginação - é verdade", explicou, no final de uma aula-debate com jovens sobre o 25 de Abril, no Quartel do Carmo, em Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu, perante os jornalistas, que o Partido Social Democrata (PSD) tem "características rurais" e Luís Montenegro, "apesar de ser muito mais novo, tem muito a ver com essas raízes" do partido, diferente da realidade "estritamente metropolitana e citadina que sempre definiu o Partido Socialista".

Assim sendo, Marcelo insiste que não comparou os dois políticos: "Não são comparações, são estilos diferentes. E é completamente diferente um Presidente que convive durante 8 anos e meio ou 9 anos com um ministro que conhecia desde os 19 de idade e este arranque de convivência com alguém que o Presidente conhece há muitos anos, mas que tem um estilo diferente".

"Dá para ver, no arranque do Governo, como os estilos são diferentes", apontou.

Confrontado também com o facto de ter dito que se sentia confortável com António Costa como primeiro-ministro até 2026, Marcelo explicou que "só ouve dissolução [do Parlamento] porque houve demissão primeiro".

"Se o primeiro-ministro não tivesse saído - de primeiro-ministro e de líder do PS - não teria havido aquilo que houve, que é a mudança de uma dupla que eu esperava que durasse até 2026 e não teria havido dissolução, na medida em que a mudança da liderança do partido, sobretudo com o governo de um independente, é um panorama completamente diferente", ressalvou.

O chefe de Estado está convencido, ainda assim, que o facto de Luís Montenegro ser "o primeiro-ministro do silêncio" não será um causador de obstáculos, uma vez que o silêncio "é uma maneira de gerir aquilo que é o diálogo", sobretudo quando se está no arranque de um novo governo.

O Presidente da República recusou ainda ter dito que a Procuradora-Geral da República foi "maquiavélica", frisando que foi "muito cuidadoso" no que disse naquele encontro com jornalistas estrangeiros.

Por outro lado, interrogado se falou com o presidente da Câmara Municipal do Porto e lhe disse que ia ter uma semana muito importante, Marcelo Rebelo de Sousa começou por responder que não esteve com Rui Moreira na semana passada.

"Eu falei em tempos na hipótese de ele vir eventualmente - não tinha tomado uma decisão - a ter um cargo desses, eu achei que era um cargo importante", acrescentou, numa alusão a uma eventual candidatura às eleições europeias, sem precisar quando tiveram essa conversa.

Relação com o filho? "Não falo, ponto"

O chefe de Estado confirmou também estar de relações cortadas com o filho, Nuno Rebelo de Sousa, na sequência do caso das gémeas brasileiras. Marcelo diz que não fala com o filho não apenas sobre aquele tema, mas "em geral". "Não falo, ponto", assegurou.

"Sinto muita mágoa pessoal, mas não fui eu o determinante dessa mágoa", acrescentou.

O afastamento entre os dois tinha sido também revelado a jornalistas estrangeiros na terça-feira, e deu-se devido ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria.

[Notícia atualizada às 18h41]

Leia Também: Marcelo diz que Montenegro tem "comportamentos rurais" e Costa é "lento"

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