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Polémica com IRS? "Eu fui claríssimo", reitera primeiro-ministro
Luís Montenegro afirmou que explicará "com mais detalhe" a proposta após a sua aprovação no Conselho de Ministros, agendado para sexta-feira.
© KENZO TRIBOUILLARD/AFP via Getty Images
País Luís Montenegro
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reiterou que foi "claríssimo" na questão do anúncio de um alívio fiscal de 1.500 milhões de euros, que, afinal, corresponde apenas a um acréscimo de 200 milhões de euros face ao previsto pelo antigo governo socialista, liderado por António Costa.
"Eu fui claríssimo, mas amanhã terei ocasião de densificar de forma absolutamente inequívoca - como, aliás, fiz sempre - toda essa matéria", afirmou, em conferência de imprensa, após a cimeira de líderes da União Europeia (UE), em Bruxelas.
O governante acrescentou que explicará "com mais detalhe" a proposta após a sua aprovação no Conselho de Ministros, agendado para sexta-feira.
No final da sua primeira reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro foi questionado sobre as polémicas que envolveram o Governo desde que entrou em funções, no início do mês.
"Tudo está a decorrer dentro da normalidade. Agora, se me perguntar se há episódios, enfim, que todos os dias ocorrem... Com certeza. Mas nada que nos demova do nosso propósito e, sinceramente, creio que as portuguesas e os portugueses, aquilo que esperam de nós é que cumpramos com os nossos compromissos", comentou.
"É isso que merece a nossa concentração", acrescentou.
Este Conselho de Ministros, sublinhe-se, deverá aprovar a medida de redução fiscal que introduzirá "uma descida das taxas de IRS sobre os rendimentos até ao oitavo escalão, que vai perfazer uma diminuição global de cerca de 1.500 milhões de euros nos impostos do trabalho dos portugueses face ao ano passado, especialmente sentida na classe média", segundo anunciou Montenegro, na semana passada.
Um dia após o anúncio, na apresentação do Programa de Governo, na Assembleia da República, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, veio clarificar, em entrevista à RTP, que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor, explicando que a medida rondará os 200 milhões de euros.
O esclarecimento de Miranda Sarmento criou uma polémica política, com os partidos a acusar o Governo de "enganar" os portugueses e "minar" a sua confiança. No entanto, o PSD defendeu que o seu líder foi "cristalino" nas declarações.
A polémica levou o Partido Socialista (PS) a requerer um debate de urgência sobre "Alterações em sede de IRS", que decorreu durante a tarde de quarta-feira.
Leia Também: Ucrânia e Médio Oriente marcam 1.ª reunião de líderes de Montenegro
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