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Utente acusa Hospital Lusíadas de "ignorar" leucemia durante anos

Homem acusa um hospital do Grupo Lusíadas de ter ignorado sinais de que teria uma leucemia linfática crónica, agora diagnosticada por um médico de outra unidade hospitalar.

Utente acusa Hospital Lusíadas de "ignorar" leucemia durante anos
Notícias ao Minuto

18:55 - 15/04/24 por Notícias ao Minuto

País Cancro

Miguel Pinto, jornalista de profissão, foi diagnosticado com leucemia linfática crónica em 2021, e está agora a acusar legalmente o Hospital Lusíadas Porto, do Grupo Lusíadas, de ter ignorado sinais da doença ao longo de quase uma década.

A história é contada pelo jornal Público, que teve acesso ao processo judicial, e que diz que o homem começou a fazer um 'check-up' anual, no grupo Lusíadas, quando fez 50 anos, porque tem familiares com problemas cardíacos e um historial de colesterol.

Aos 59 anos, e para sua "surpresa", foi diagnosticado no hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, com a doença.

Após analisar os resultados de exames que fez, reparou que "eram mencionadas sombras nucleares de Gumprecht". “Isto não pode surgir de um dia para o outro, subitamente. Todos os anos tinha feito análises. O médico recebia os resultados, dizia-me que não tinha nenhum problema de saúde. Ele mostrava muita proactividade e ser bastante zeloso", disse o homem ao Público.

Depois da descoberta, e uma vez revisitados os resultados de análises anteriores, percebeu que os valores dos linfócitos surgiam superiores ao normal, e "sempre a subir" desde, pelo menos, 2017.

“Ao fim de vários anos com valores alterados qualquer médico diria que havia ali qualquer coisa e iria investigar. Há aqui uma discussão técnica sobre o conceito de negligência médica, na qual eu não entro, porque não sou médico. O que sei é que tenho uma doença e o hospital não me disse”, lamentou.

Segundo o Público, desde 2021 até agora, Miguel Pinto pediu uma reunião ao hospital e apresentou uma reclamação no portal das denúncias do próprio grupo Lusíadas, que diz nunca ter tido resposta. Ao fim de mais de dois anos, recorreu à justiça, requerendo o pagamento "do que perdeu em benefícios fiscais" durante o período de tempo em que não foi diagnosticado.

"Ninguém me tirará a leucemia, mas enquanto doente oncológico tenho uma série de benefícios fiscais. Não pude reivindicar esses direitos por causa de não ter sido diagnosticado. Há um flagrante incumprimento do hospital daquilo que é o seu contrato comigo, acompanhar e zelar pelo meu estado de saúde", recorda o doente, pedindo uma indemnização de cerca de 40 mil euros (27 mil referentes a danos morais e 12 mil referentes a dados patrimoniais).

Na contestação citada pelo jornal diário, os advogados do grupo Lusíadas argumentam que o homem não sofreu "qualquer dano de ordem patrimonial ou não patrimonial", rejeitando existirem razões para lhe pagar uma indemnização.

Mais: a defesa do hospital diz que "é impossível determinar, com segurança e certeza, desde quando é que se encontra afetado por esta doença", até porque "apenas é certo que o autor evidenciava os sintomas de linfocitose entre 2017 e 2019, atentos os valores nas análises de rotina". 

"Todos estes ‘tormentos’ por que o autor alega ter passado não têm qualquer relação com o atraso no diagnóstico, mas sim com o diagnóstico propriamente dito. É a própria doença que pode, porventura, causar desgostos e tristezas e nunca um eventual atraso no seu detectar, uma vez que não ficou, de modo algum prejudicado na sua saúde, tanto que nem sequer realiza tratamentos, apenas monitoriza", defenderam.

Ao Público - e, posteriormente, ao Notícias ao Minuto - o grupo Lusíadas respondeu dizendo apenas que "as unidades hospitalares e clínicas da Lusíadas Saúde não podem, nos termos legais, partilhar, divulgar ou comentar informações, designadamente do foro clínico, relativa aos seus clientes".

"O Grupo Lusíadas Saúde pauta a sua atividade pelo cumprimento das regras legais, éticas e deontológicas aplicáveis, no sentido de prestar os melhores cuidados de saúde a todas as pessoas que procuram os seus serviços, e deposita absoluta confiança no seu corpo clínico", lê-se na resposta por escrito do grupo do setor da Saúde.

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