O casal, de 45 e 42 anos, detido pela Polícia Judiciária (PJ), na terça-feira, em Gondomar, distrito do Porto, por suspeitas de tráfico internacional de crianças, será infértil e terá pagado pela bebé cerca de 5 mil euros a uma família espanhola com problemas económicos.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto na quarta-feira, a PJ revelou que os suspeitos foram detidos não só pela prática dos crimes de tráfico de pessoas para adoção como por falsas declarações e falsificação ou contrafação de documentos. E a bebé entregue a uma casa de acolhimento.
Já esta quinta-feira o Jornal de Notícias (JN) revela que o casal de Rio Tinto comprou a menina há cerca de um ano a uma mulher espanhola, que mora na Estremadura, "para concretizar o desejo de ter filhos", uma vez que os tratamentos de fertilidade, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), "não surtiram efeito". A menina tinha apenas quatro meses.
Posteriormente, o casal, sem ocupação profissional e com antecedentes criminais (ele por furto e roubo e ela por venda de material contrafeito), regressou a Portugal com a bebé e tentou não só vaciná-la como a integrá-la no seu agregado familiar, por várias vezes, como revelou a PJ na nota enviada ontem, alegando que esta tinha nascido de uma relação extraconjugal do homem com uma mulher espanhola e que seria adotada pela família de Gondomar.
Contudo, por não terem documentos de identificação, nunca conseguiram fazê-lo até que, convenceram um médico, que trabalha no Grande Porto, a emitir uma declaração e levaram dois familiares a uma conservatória, onde alegaram que a bebé tinha nascido em casa e a esta foi registada como filha de ambos.
O caso só foi descoberto depois do casal ter regressado à USF de Brás-Oleiro, dois meses depois da primeira visita, para tentar vacinar e menina e integrá-la no seu agregado família. Os profissionais de saúde desconfiaram imediatamente que algo de suspeito se passava e denunciaram o caso às autoridades.
Os testes de ADN confirmaram que nem a mulher, nem o homem eram pais biológicos da menina e que a documentação apresentada na conservatória era falsa.
De acordo com o JN, a mãe biológica da menina já terá sido também identificada, mas só testes de ADN confirmarão as suspeitas da PJ.
Revela o mesmo jornal que a menina sempre foi bem tratada pelo casal e eram "evidentes" os laços entre a família e o casal. Apesar disso, a bebé foi institucionalizada e permanecerá num centro de acolhimento até o tribunal de família decidir o seu futuro, que poderá passar por ser devolvida à mãe biológica ou ser entregue a uma nova família.
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