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Pais de alunos trans lamentam veto de Marcelo. "Só vai gerar mais stress"

Uma associação que representa pais de crianças 'trans' lamentou hoje que o Presidente da República tenha vetado o diploma referente à autodeterminação de género nas escolas, uma decisão que dizem só proteger os encarregados de educação.

Pais de alunos trans lamentam veto de Marcelo. "Só vai gerar mais stress"
Notícias ao Minuto

14:27 - 30/01/24 por Lusa

País Autodeterminação de género

um pouco contrário ao que deveria ser a sua justificação, porque protege não os próprios, que são as crianças e jovens, mas sim os encarregados de educação", considerou o presidente Associação de Pais e Mães pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género (AMPLOS).

O Presidente da República vetou, na segunda-feira, o decreto do parlamento que estabelece medidas a adotar pelas escolas para a implementação da lei que estabelece a autodeterminação da identidade e expressão de género.

Em reação à decisão, e depois de ter lido a justificação de Marcelo Rebelo de Sousa, António Vale disse à Lusa que não poderia concordar e considerou que este resultado "só vai gerar mais 'stress' que era desnecessário para as crianças e os jovens".

Num dos argumentos apontados em carta dirigida à Assembleia da República, o chefe de Estado refere que "o decreto peca por uma quase total ausência (do) papel de pais, encarregados de educação, representantes legais e de associações por eles formadas".

"Da experiência que temos na AMPLOS, e é grande, todos os processos de autodeterminação de género nas escolas contaram sempre com o acompanhamento das famílias", sublinhou António Vale.

Reconhecendo que o diploma também protegia as crianças e jovens que não tivessem o apoio dos pais, o presidente da AMPLOS defende que, no geral, "o que pressupunha era o acompanhamento, que era o que sempre foi feito".

António Vale comentou ainda as críticas apontadas por representantes de diretores escolares e de associações de pais, que se queixaram de não terem sido ouvidos no processo legislativo, recordando que a comunidade educativa já tinha sido ouvida em 2017, no âmbito da lei que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género.

A lei, de 2018, estabelece que o Governo deveria, no prazo de 180 dias, adotar as medidas administrativas necessárias para assegurar a promoção do exercício do direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e do direito à proteção das características sexuais das pessoas.

"Esta lei ia trazer procedimentos administrativos e isso era muito importante para as escolas, que se queixavam que não sabiam como haveriam de proceder e muitas vezes pediam ajuda à AMPLOS", disse o presidente da associação.

"Não sabemos como vai ser a constituição da Assembleia da República, não sabemos se vai ser favorável ou desfavorável, mas este é um assunto que tem de ser retomado na próxima legislatura porque está pendente desde 2018", acrescentou.

Leia Também: "Incompreensível". Marcelo 'veta' identidade de género (e já há reações)

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