Moedas recusa extremismos contra corrupção. "Considero-me moderado"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, recusou hoje extremismos no combate à corrupção, lembrando que a autarquia foi pioneira na criação do pelouro da Transparência e Prevenção da Corrupção.

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Lusa
12/12/2023 16:40 ‧ 12/12/2023 por Lusa

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Carlos Moedas falava aos jornalistas no final da conferência "Como concretizar a transparência e a prevenção da corrupção nas autarquias locais?", inserido na segunda edição da Semana da Transparência, organizada pelo município e que decorre até sexta-feira.

"Eu acho que num mundo de extremos é preciso ter coragem para ser moderado, porque é muito mais fácil ser um político dos extremos e gritar contra o sistema, dizer que está tudo mal, que devíamos mudar tudo, do que ser um político moderado que tem a responsabilidade dessa moderação e por isso, considero-me um político moderado", afirmou o autarca.

Moedas lembrava assim também o antigo ex-presidente do Conselho Europeu e recém-eleito primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, referindo que este representa "um homem que lutou contra os extremos durante uma parte da sua vida contra a extrema-esquerda e, numa outra parte, contra a extrema-direita na Polónia".

O autarca social-democrata reconheceu que a transparência e o combate à corrupção é um dos pilares do seu mandato e daí a criação do departamento dedicado ao assunto, com uma equipa de 20 pessoas, e que tem "demonstrado trabalho com ações concretas".

O presidente da Câmara de Lisboa lembrou igualmente o trabalho do Canal de Denúncias do município, reconhecendo ser uma das suas medidas "mais importantes" e que "protege quem denuncia", já que o faz de forma anónima.

"Este canal de denúncias permite que as pessoas, de forma anónima façam uma denúncia. Muitas vezes, as pessoas nas instituições acanham-se a fazer uma denúncia, porque têm medo de certa forma, podem ter receio. Se elas souberem que são protegidas, de forma anónima, podem depois transmitir aquilo que é a sua denúncia", explicou.

Moedas avançou terem sido recebidas 133 denúncias, sendo que "há pelo menos 46 que seguiram processo de averiguação e uma que seguiu para o Ministério Público".

"Deu muita liberdade para as pessoas saberem que podem denunciar situações que pensam ser grave ou alguma coisa que aconteceu. Foi um grande passo esse canal, além de que outro grande passo é a transparência daquilo que são as nossas atividades", sublinhou.

O Departamento da Transparência e Prevenção da Corrupção, em funcionamento desde julho deste ano, gere o Canal de Denúncias, sendo responsável pela receção, triagem, análise, tratamento e conclusão da denúncia, bem como pela elaboração do respetivo relatório.

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