A bebé brasileira vítima de tráfico que foi localizada em Portugal será institucionalizada ou recebida por uma família de acolhimento quando regressar ao país.
A informação do Ministério Público brasileiro é avançada pelo g1 que acrescenta que, contudo, ainda não há data de repatriação.
A menina que saiu do Brasil a 16 de novembro na companhia do empresário português Marcio Mendes Rocha, de 49 anos - entretanto detido - foi encontrada na terça, dia 5. Estava entregue ao marido do suspeito, em Valongo.
Ainda de acordo com o MP brasileiro, o empresário português não estava no Brasil quando as crianças de quem ele alega ser pai foram concebidas. A procuradora Aline Moraes ressalvou ainda que a investigação da Polícia Federal (PF) apontou que as mães das duas bebés traficadas permanecem no Brasil.
Recorde-se que um homem, de 44 anos, de nacionalidade portuguesa, foi detido no Brasil por ser suspeito de trafico de crianças. O suspeito registou dois bebés, em menos de um mês, como sendo seus filhos e fez várias viagens entre o Brasil e Portugal, nos últimos anos. Numa das viagens de regresso a Portugal, trouxe uma bebé, mas depois voltou ao Brasil sem ela.
A menor foi encontrada na companhia do cônjuge do suspeito, um homem de 44 anos, também ele empresário e sem antecedentes criminais. Foi constituído arguido e interrogado.
O bebé "está em boas condições de saúde, tendo sido entregue em casa de acolhimento", lê-se em comunicado enviado pela PJ.
A investigação começou na passada quinta-feira, 30 de novembro, quando a procuradoria de Valinhos informou a Polícia Federal de que um bebé recém-nascido tinha sido abandonado pela mãe num hospital da cidade.
O bebé, que ainda se encontra no hospital, estava registado como sendo filho de um homem com nacionalidade portuguesa e, durante a investigação, a polícia brasileira apurou que uma outra recém-nascida havia sido registada naquele hospital como sendo filha do mesmo homem, menos de um mês antes.
Em ambos os casos, o registo de paternidade foi feito com documentos falsos e eram acompanhados de pedidos de guarda unilateral, o que permitiria que o homem saísse do país com os bebés sem autorização da mãe.
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