"As alterações dos transportes públicos na Área Metropolitana do Porto (AMP), que têm provocado o caos na vida das pessoas, mostra como muitas das vezes alterações estruturais na mobilidade são tomadas com uma leviandade e um amadorismo que são absolutamente inaceitáveis", disse, em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares.
Em causa está a UNIR, a nova rede de autocarros da AMP que começou na sexta-feira a operar em todo o território da região, após anos de litigância nos tribunais com os anteriores operadores.
Entre os problemas desde que começou a operação está, segundo o bloquista, a supressão de carreiras ou a falta de apresentação dos horários, o que obriga "a que os responsáveis da AMP venham também ao parlamento responder sobre esta circunstância".
"Entregámos na comissão de economia um pedido para que o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, possa vir ao parlamento responder sobre este caos que foi levado à vida das pessoas", anunciou.
Para Pedro Filipe Soares, não são aceitáveis "nem o amadorismo nem a leviandade" com que se tomam "decisões que têm impacto na vida de centenas de milhares de pessoas", sendo preciso apurar responsabilidades políticas.
"Porque o parlamento também acompanha a forma como os direitos de mobilidade são materializados, chamámos Eduardo Vítor Rodrigues, o responsável pela AMP, a vir ao parlamento", justificou.
A nova rede de 439 linhas e nova imagem substituiu os serviços efetuados pelos cerca de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outros.
No Porto e nos concelhos vizinhos, o serviço da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto) mantém-se inalterado.
Toda a rede UNIR utilizará o sistema de bilhética Andante, e acaba com um modelo de concessão linha a linha herdado de 1948, já que o concurso público foi dividido em cinco lotes, ainda que todos operem sob a mesma marca.
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