"Não entendemos como é que um partido ligado à proteção da natureza pode apoiar um Governo que tem praticado na Região Autónoma da Madeira os mais vis e condenáveis atentados ambientais", refere, num comunicado, a Cosmos -- Associação de Defesa do Ambiente e da Qualidade de Vida, acusando o Partido Pessoas, Animais, Natureza de ter uma "ânsia oportunista de agradar e de trepar".
A associação considera ainda que o PAN fez "um acordo em cima do joelho", de "uma irracionalidade confrangedora" e com reivindicações "inócuas".
O PAN, defende a Cosmos, "poderia exigir, pelo menos", a conclusão dos planos de Ordenamento do Território na Região Autónoma da Madeira (POTRAM), de Ordenamento da Orla Costeira, uma reserva agrícola e ainda que seja repensado o Plano Urbanístico da Praia Formosa.
A associação considera também que o PAN poderia ainda ter incluído no acordo medidas contra a artificialização da orla costeira, contra a pressão turística em zonas de Laurissilva e moratórias para "disciplinar a anarquia urbanística".
A Cosmos defende ainda que o acordo poderia incidir sobre "a reabilitação do Observatório da Paisagem (anunciado, mas metido na gaveta), a proibição da industrialização da costa pelas inestéticas infraestruturas de aquacultura, o fim imediato dos projetos faraónicos, como o túnel entre Câmara de Lobos/Curral da Freiras, estrada das Ginjas e Teleférico do Curral das Freiras", assim como "obrigar o Governo a arrancar com o Parque Ecológico marinho do Funchal".
"O PAN tornou-se, a nível nacional, a vergonha do movimento ambientalista e de todos aqueles que lutam contra a oligarquia corrupta e contra os desmandos de regimes pseudodemocráticos", acusa a associação.
A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições legislativas regionais na Madeira que decorreram em 24 de setembro, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, pelo que chegou a acordo com o PAN-Madeira, que elegeu uma deputada, para viabilização do Governo Regional através de um acordo de incidência parlamentar para os próximos quatro anos.
A coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS onze, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
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