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Hospital de Cascais reteve bebé brasileira por suspeitar da mãe

Os exames toxicológicos terão provado a ausência de drogas, mas a criança foi entregue aos pais somente dias depois.

Hospital de Cascais reteve bebé brasileira por suspeitar da mãe
Notícias ao Minuto

08:13 - 28/08/23 por Marta Amorim

País Hospital

A brasileira Isabela Burgos, de 25 anos, e o marido, Markito Lana, entraram na sala de partos do Hospital de Cascais na manhã do dia 10 de agosto, mas o que deveria ser um momento de felicidade tornou-se num pesadelo. 

Em declarações à Globo, o casal revela que a unidade hospitalar alegou “suspeita” de que a mãe poderia ter consumido canábis antes do parto, chamou a polícia e ameaçou retirar a guarda da criança

Mais tarde, os exames toxicológicos terão mostrado não haver consumo de substâncias. 

Segundo o pai da criança, o casal sentiu-se desconfortável assim que chegou ao hospital. Num relato publicado nas redes sociais, e citado pelo jornal brasileiro, afirma que uma médica comentou: “Ah, é um casal de brasileiros”.

O homem diz ainda que, preocupado com um sangramento identificado ainda em casa, ignorou o comentário. Depois, relata, houve insistência para a criança ser vacinada contra a tosse convulsa e uma discussão acerca do tempo exato da gestação. A bebé acabou por nascer às 10h40, e, diz o pai, as médicas responsáveis pelo parto foram carinhosas.

Mais tarde, terá ocorrido outro incidente, numa altura em que foi pedido ao pai que saísse do quarto para que se realizasse um exame à parturiente, algo que ele negou. 

Depois disso, a mesma enfermeira afirmou ter que teria de levar a criança com ela, para fazer “alguns testes”. Seguiram-se trocas de palavras sobre a permanência do pai no quarto e, mais tarde, chegou a Guarda Nacional Republicana (GNR) para falar com o casal.

Enquanto os agentes conversavam com o pai, a equipa pediátrica da unidade terá abordado a mãe, Isabela, dizendo que, com acesso ao histórico médico, tinham descoberto que ela era “usuária de canábis”, e que tal colocava a criança em risco de “morte súbita”.

"Nove meses atrás, no Hospital de Paredes, o médico perguntou se ela era usuária de algum tipo de substância e ela falou que usava canábis, mas que, desde que soube que estava grávida, não usou mais", conta ao pai ao Globo. 

A jovem e a bebé foram, então, submetidas a um exame toxicológico para identificar a presença de substâncias no organismo. Antes do resultado, a mãe diz que foi ameaçada por uma médica. Segundo Markito, a profissional terá dito que, “em 20 minutos”, poderia entrar em contato com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e fazer com que ela perdesse a guarda da criança. 

Na sexta-feira, dia 11 de agosto, e após o resultado do exame dar negativo, a CPCJ foi acionada, e duas representantes estiveram no hospital, com o casal. O homem alega que foram recolhidas assinaturas e que, sem saberem, tinham assinado consentimento de retenção da criança no hospital, até que as autoridades verificassem a residência da família e comprovassem que o ambiente era apto para o bebé.

Mãe e filha só foram autorizadas a deixar o local na segunda-feira, à noite. O casal quer agora processar o hospital.

O Notícias ao Minuto contactou o hospital de Cascais a fim de obter esclarecimentos e aguarda resposta.  

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