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Médica delatora nega ligação a morte de doente. "Absolutamente falso"

Médica é acusada de ter dado alta - quando estava em formação - a uma paciente que morreu mais tarde. Diana Carvalho Pereira reagiu nas suas redes sociais à notícia avançada na sexta-feira, indicando que a acusação é "absolutamente falsa".

Médica delatora nega ligação a morte de doente. "Absolutamente falso"
Notícias ao Minuto

08:45 - 17/07/23 por Daniela Carrilho

País Portimão

Diana Pereira, a médica interna do hospital de Portimão que denunciou casos de más práticas no serviço de cirurgia do Hospital de Faro, está a ser acusada de dar alta a uma jovem esfaqueada no pescoço, que acabou por morrer depois na sequência de uma septicemia, avançou a edição do jornal Expresso na sexta-feira. A médica reagiu nas suas redes sociais, dizendo que o teor da notícia é "absolutamente falso".

De acordo com reportagem do semanário, a médica interna deu alta à jovem de 26 anos numa altura em seguia a sua formação no hospital algarvio.

O caso ocorreu a 15 de junho deste ano. A vítima terá sido admitida com duas perfurações no pescoço e o médico na urgência terá pedido apoio à equipa de cirurgia. Diana Pereira, ainda em formação, era uma das profissionais de saúde de serviço e interveio nos cuidados, tendo alegadamente descrito o episódio como ligeiro e deu alta à vítima. 

Dias depois, a mulher ter-se-á dirigido a um hospital privado "com febre, falta de ar, dores muito intensas no pescoço e dificuldade ao engolir", segundo um relatório clínico citado pelo Expresso. Após a realização de uma TAC, percebeu-se que tinha um abcesso com 18 centímetros, "podendo ser devido a um hematoma que infetou, a perfuração faríngea ou do esófago infetada". A jovem acabou por morrer.

"Lamentamos e reconhecemos como preocupante a circunstância em que a jovem veio à urgência, assim como o desfecho que viria a ter após a avaliação inicial que foi feita", afirmou um membro da administração do hospital, Paulo Neves, ao Expresso, acrescentando, no entanto, que não sabia que "o caso envolvia a interna Diana Pereira".

A médica reagiu nas suas redes sociais, dizendo que o teor da notícia é "absolutamente falso".

"Enquanto interna de primeiro ano, nunca orientei, fiz prescrições, orientei sozinha ou dei alta a doentes na urgência do Hospital de Portimão. Fazia apenas o exame físico e a colheita da história com o devido registo clínico sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes", começa por explicar a jovem numa publicação nas redes sociais.

Além disso, Diana refere que apresentou a sua demissão no dia 20 de junho - apesar de só ter sido anunciada publicamente a 21 - "antes de a jovem ter regressado ao hospital e da sua posterior morte que, naturalmente, muito lamento".

"É também, pois, absolutamente falso que me tenha demitido por 'instabilidade mental' quando a jovem voltou à urgência, como afirma o Expresso em destaque", esclarece Diana, garantindo que "já não me encontrava ao serviço" quando a jovem regressou ao hospital.

"Refere a notícia que as 'suspeitas de negligência' ainda não foram remetidas às instâncias disciplinares da Ordem dos Médicos (OM), o que é uma lamentável insinuação, uma vez que a notícia nem refere quem terá tais suspeitas nem a razão porque "ainda" não foram remetidas à OM", salienta ainda a jovem, referindo que "as graves acusações" que lhe são feitas "constam em citações atribuídas a cirurgiões cobardemente anónimos".

"Verdade seja dita que basta ler a notícia até ao fim para se ficar com uma ideia de quem são os cirurgiões em causa e o que os move", concluiu a médica interna, revelando que enviou um pedido de resposta ao jornal, que não foi publicado, sendo que, por isso, irá recorrer "aos meios legais" para responsabilizar o meio de comunicação social pelos "danos" que lhe estão a causar.

De recordar que, em abril, médica denunciou onze casos de más práticas no serviço de cirurgia do hospital de Faro, queixando-se à Polícia Judiciária de "negligência". Segundo Diana Pereira, dos onze casos reportados, três dos doentes morreram, dois encontravam-se internados nos cuidados intermédios e os restantes apresentavam lesões corporais na sequência dos procedimentos médicos. A profissional de saúde também já prestou declarações ao Ministério Público sobre o caso.

Entretanto, a Ordem dos Médicos anunciou no início de junho que dois dos cirurgiões implicados nas queixas foram suspensos preventivamente devido a "fortes indícios de má prática", enquanto continuam os inquéritos e investigações aos casos.

Entretanto, a 21 de junho, anunciou a sua demissão do Hospital de Portimão, onde estava colocada no âmbito do Centro Hospital Universitário do Algarve (CHUA).

Leia Também: Demitiu-se médica interna que denunciou casos de negligência em Faro

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