"Não se pode saber se a resposta prévia ao questionário tinha resolvido o problema ou não", disse, na noite desta quarta-feira, Manuel Pizarro, referindo-se à demissão do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, após ser constituído arguido.
"A pessoa em causa não podia fazer ideia nenhuma se seria ou não envolvido num processo judicial", acrescentou, em declarações no 'Town Hall', da CNN Portugal.
Perguntado pelos jornalistas se o questionário para eventuais governantes - criado pelo Executivo, com 36 perguntas - não serve para o seu efeito, o ministro da Saúde afirmou que este era "muito útil na identificação de eventuais conflitos de interesses".
"Mas nem o questionário nem nada resolve tudo", vincou ainda.
Dando o seu próprio exemplo, o ministro disse que, caso tivesse respondido a este, teria dado conta que "é casado com uma senhora bastonária de ordem profissional que ia ficar sobre a minha tutela". Contudo, não entende que o questionário deva ser feito a pessoas que já façam parte do Governo.
Recorde-se que o questionário de verificação prévia a preencher por convidados a ministros ou secretários de Estado tem 36 perguntas, abrange os últimos três anos de atividades e estende-se ao agregado familiar.
As 36 perguntas estão dividas por cinco áreas - atividades atuais e anteriores, impedimentos e conflitos de interesses, situação patrimonial, situação fiscal e responsabilidade penal - e respondem a situações que já levaram a demissões no Governo.
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