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Sete anos a investigar processo 'Tutti Frutti' é "inadmissível"

A bastonária dos advogados considerou hoje que "é inadmissível" que uma investigação judicial demore sete anos, em referência ao processo 'Tutti Frutti', acrescentando que isso acontece porque "não há vontade política" em resolver os "reais problemas da Justiça".

Sete anos a investigar processo 'Tutti Frutti' é "inadmissível"
Notícias ao Minuto

20:23 - 12/06/23 por Lusa

País Tutti Frutti

muito tempo uma investigação de sete anos, é inadmissível num Estado de Direito, mas eu compreendo muito bem porque é que isto acontece. Acontece, porque não há vontade política, nem deste Ministério da Justiça, nem de nenhum dos anteriores acrescente-se, em resolver os reais problemas da Justiça", disse hoje a bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, numa conferência de imprensa em Lisboa ao lado de antigos bastonários para contestar a proposta de alteração aos Estatutos da OA.

Questionada sobre o processo 'Tutti Frutti', em relação ao qual hoje se ficou a saber que a Procuradora-Geral da República (PGR) decidiu constituir uma equipa de investigação especial, admitindo que a investigação não fique concluída até ao final do ano, num caso que se prolonga já há sete anos, a bastonária defendeu que "é evidente que sete anos de investigação é muito tempo", mas sublinhou que há casos à espera de resolução há décadas nos tribunais administrativos e que os problemas da Justiça convergem para uma origem comum: falta de meios.

"A senhora PGR como os senhores presidentes [dos sindicatos] dos funcionários judiciais e os senhores magistrados, do Ministério Público ou da judicatura, têm inteira razão quando dizem que não há meios ao dispor para conseguirem fazer com dignidade o seu trabalho", disse Fernanda de Almeida Pinheiro.

A bastonária sublinhou a falta de funcionários judiciais, juizes, procuradores, de condições nos edifícios da Justiça, a que agora juntou o que classifica como um ataque à advocacia, com a proposta de revisão dos Estatutos da OA, a qual permite abrir o aconselhamento jurídico a quem não seja advogado.

"Precisamos também de uma advocacia livre e independente que o Governo quer agora também atacar. O que é que nós ganhamos com esta realidade que nos quer aqui propor o Governo de desqualificar os serviços que os cidadãos recebem, cavando um fosso ainda maior entre a justiça para ricos e a justiça para pobres?", questionou.

A Procuradora-Geral da República designou "uma equipa integrada" e "em regime de exclusividade", constituída por cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária, para concluir a investigação do processo "Tutti Frutti", foi hoje anunciado.

Está ainda prevista, no fim deste ano, uma reavaliação da situação, sobretudo relacionada com o desenvolvimento da investigação, diligências realizadas e as que ainda devem ser realizadas e prazo previsível para o encerramento do inquérito, bem como adequação dos meios, humanos e técnicos alocados à investigação.

Em causa está uma investigação iniciada em 2016 e divulgada em 2018 sobre alegados favorecimentos de dirigentes políticos a militantes do PSD e do PS, envolvendo juntas de freguesia de Lisboa e a câmara municipal da capital.

Em maio, uma reportagem da TVI/CNN denunciou uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

De acordo com a TVI/CNN, que cita uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso 'Tutti Frutti'. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.

A notícia adianta ainda que há dezenas de escutas e centenas de e-mails que envolvem não só o atual ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na altura número dois de Medina na câmara de Lisboa.

Os dois ministros negaram ter sido ouvidos pelo Ministério Público no âmbito destas suspeitas.

Leia Também: 'Operação Tutti Frutti'. PGR cria equipa para concluir investigação

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