"Hoje, já sabemos que, em 2022, as exportações de bens e serviços atingiram os 120 mil milhões de euros, ultrapassando, pela primeira vez, os 100 mil milhões de euros, representando um crescimento de cerca de 34% face a 2021. Assim, já em 2022, atingimos mais de 50% do peso das exportações no PIB, meta que tínhamos estabelecido apenas para 2027, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, numa audição na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros.
Na sua intervenção inicial, o ministro assinalou que os ganhos de quota de mercado a nível internacional mostram que as empresas portuguesas estão mais competitivas.
"Isto é o resultado do esforço de investimento e de internacionalização dos nossos empresários e do apoio dado ao tecido empresarial por parte do Estado português, das políticas de melhoria das qualificações, de reforço dos incentivos à inovação, à captação de investimento e de apoio às empresas nos mercados externos", declarou, apontando que hoje mais de 125 projetos de investimento estão em acompanhamento, estimados em cerca de 17 mil milhões de euros e com um potencial de criação de mais de 34 mil novos postos de trabalho.
João Gomes Cravinho assinalou que estes resultados acontecem num "ano difícil", decorrente da guerra na Ucrânia e seus efeitos na inflação, taxas de juro elevadas, dificuldades no acesso a matérias-primas, economia frágil em vários países que são mercados das exportações portuguesas e algumas medidas protecionistas. "Mas a dinâmica da economia portuguesa dá-nos razões para otimismo", referiu.
O governante deixou também uma nota positiva em relação à cooperação, com "um aumento muito significativo de 2022 comparado com 2021", estimado em 17,5%.
"Temos uma nova estratégia de cooperação até 2030. Temos vários instrumentos em negociação com os países de quem somos mais próximos", afirmou, sublinhando as relações com Angola e Timor-Leste e novos instrumentos de cooperação triangular com os Estados Unidos e com a Coreia do Sul e em breve também com o Reino Unido.
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