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Casal homossexual agredido em Lisboa irá "até ao fim atrás de justiça"

Os brasileiros denunciaram ter sido desencorajados pelas autoridades portuguesas de apresentar queixa, que alegaram que "tudo o que deveria ter sido feito já tinha sido feito".

Casal homossexual agredido em Lisboa irá "até ao fim atrás de justiça"
Notícias ao Minuto

13:16 - 30/05/23 por Notícias ao Minuto

País Lisboa

O casal homossexual brasileiro que denunciou ter sido agredido por seguranças da discoteca Titanic Sur Mer, em Lisboa, na madrugada do dia 22 de maio, assegurou que irá "até ao fim atrás de justiça", realçando, também, que os agentes que estiveram no local foram "muito grosseiros".

Recordando aquilo que descreveram como uma "experiência traumática", Jefferson Teotónio e Luís Almeida salientaram estar "confiantes de que as autoridades competentes portuguesas vão resolver este caso", em declarações ao g1.

"É muito revoltante. Vamos até ao fim atrás de justiça. Estamos confiantes de que as autoridades competentes portuguesas vão resolver este caso, porque foi um absurdo o que aconteceu, e queremos justiça", realçou Almeida.

O casal recordou que, naquela noite, decidiu sair com uma amiga que, segundo os mesmos, também foi alvo de agressões. Tudo aconteceu quando Tenório foi à casa de banho numa altura em que a discoteca Titanic Sur Mer já estava encerrada. Face a sua demora, Almeida tentou ir à procura do companheiro, mas foi impedido de entrar no local e empurrado por um dos seguranças.

"Empurrou-se e disse que a casa já estava a fechar; perguntou se não tinha visto. Eu disse 'tudo bem, mas não precisa de me empurrar'. Nesse momento, empurrou-me outra vez com agressividade, dizendo que eu nunca mais colocaria os pés lá", contou Almeida. Foi nesse momento que o conflito brotou, envolvendo ainda dois outros seguranças.

A chegada das autoridades portuguesas conferiu algum alívio aos brasileiros, mas a sensação durou pouco.

"Quando a polícia chegou, ficámos aliviados e corremos para contar toda a situação. A polícia pediu a nossa identificação, e achámos normal. Só que o Jefferson, como tinha sido agredido no rio, estava com os pertences espalhados pela esplanada. Eu estava a juntar os pertences, mas não encontrava o título de residência dele", relembrou Almeida, denunciando que não conseguiram "nem sequer contar nada à polícia".

"Foram super grosseiros exigindo a documentação do Jefferson", lamentou.

Após as agressões, o casal dirigiu-se a um hospital, onde Jefferson foi alvo de uma cirurgia de três horas, tendo permanecido dois dias internado.

Foram, depois, a uma esquadra da polícia, onde encontraram os mesmos agentes que responderam às agressões. Os brasileiros denunciaram, assim, ter sido desencorajados pelas autoridades portuguesas de apresentar queixa, que alegaram que "tudo o que deveria ter sido feito já tinha sido feito".

"Como estávamos indignados com o tratamento dos agentes, dissemos que queríamos terminar a denúncia e acrescentar que a polícia nos tratou de forma grosseira, porque só identificaram um dos agressores, mesmo depois de termos dito que outras pessoas nos agrediram", disse Almeida.

Contactada pelo Notícias ao Minuto, a Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou, esta terça-feira, que foram chamadas ao local nessa madrugada, por volta das 4h00, devido a uma situação de violência. A mesma fonte remeteu esclarecimentos adicionais sobre a situação para comunicado a enviar num momento posterior.

A discoteca, por seu turno, também confirmou a situação, dando conta de que ocorreram "cenas de violência física no exterior do espaço, que acabaram com o apedrejamento e consequente destruição das portas de vidro da esplanada".

"O Titanic já comunicou a ocorrência à polícia, e vai envidar todos os esforços para que este tipo de situação, que consideramos ser de extrema gravidade, não se volte a verificar, e também para que os factos venham ao de cima", lê-se num comunicado publicado nas redes sociais.

O estabelecimento de diversão noturna, que se assumiu como "espaço de celebração, festa, unidade e pluralidade", que ao longo dos "vários anos da sua atividade sempre promoveu a diversidade e a tolerância que a música e outras atividades artísticas, no seu melhor, permitem e enaltecem", notou também ter "as filmagens das câmaras dentro do espaço e na zona da esplanada onde ocorreram estes incidentes", assegurando que fará "o seu papel" para apurar responsabilidades.

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