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Fábio Guerra. Advogados contestam agravamento de crimes dos ex-fuzileiros

As defesas dos ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko criticaram hoje as alterações comunicadas pelo tribunal sobre os crimes imputados aos dois arguidos no caso da morte do polícia Fábio Guerra.

Fábio Guerra. Advogados contestam agravamento de crimes dos ex-fuzileiros
Notícias ao Minuto

13:51 - 10/05/23 por Lusa

País Fábio Guerra

Em causa está o agravamento do crime de ofensas à integridade física para o crime de homicídio qualificado na forma tentada, o que se verificou por uma vez para Vadym Hrynko e por duas vezes para Cláudio Coimbra, segundo referiu a juíza Helena Susano na sessão realizada no Juízo Central Criminal de Lisboa.

"Não sei o que dizer. A alteração já tinha sido pedida pelo Ministério Público, mas não sei sequer o que dizer, de tão estupefacto que estou", afirmou o advogado José Teixeira da Mota, que representa Vadym Hrynko, continuando: "Hoje descobrimos que existe uma tentativa de homicídio quando se ofende a integridade física de alguém. Ainda não estou preparado para estas alterações".

Já o mandatário de Cláudio Coimbra, Miguel Santos Pereira, notou que existem grandes diferenças na defesa de um crime de ofensa à integridade física em relação à defesa de uma tentativa de homicídio, salientando que o entendimento hoje expresso pelo tribunal "é para abrir a porta a tudo e mais alguma coisa", e apontando inclusivamente "a penas máximas".

"Temos um tribunal que não quer olhar para os factos e para a produção de prova. É a primeira vez que tenho um tribunal em que se discute um homicídio e não se ouviu o perito que realizou a autópsia médico-legal. Os resultados da autópsia não são claros. E temos o tribunal a não querer ouvir muito mais, porque, se os indivíduos já estão condenados na praça pública, porque é que vamos agora complicar? É mais fácil deixar andar, fingir que fazemos justiça e aplicamos aquilo que o povo e a fúria punitiva da sociedade está à espera", resumiu.

A representar a família de Fábio Guerra esteve hoje o advogado Adriano Nazaré Barbosa, que assumiu que o agravamento da qualificação dos crimes dos arguidos "era a expectativa" da família para este processo.

As alterações comunicadas pelo tribunal seguem a posição do Ministério Público (MP) nas alegações finais do julgamento. O procurador Luís Lourenço pediu para Cláudio Coimbra uma pena não inferior a 20 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado de Fábio Guerra, dois crimes de tentativa de homicídio, relativamente a Cláudio Pereira e João Gonçalves, e dois crimes de ofensas à integridade física, em relação a Leonel Moreira e Rafael Lemos.

Quanto a Vadym Hrynko, o MP defendeu a condenação por um crime de homicídio qualificado, um crime de homicídio na forma tentada, outro de ofensas à integridade física simples e um crime de ofensas à integridade física qualificada.

O procurador pediu também o pagamento de uma indemnização de cerca de 184 mil euros à família de Fábio Guerra.

O agente da PSP Fábio Guerra, 26 anos, morreu em 21 de março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a "graves lesões cerebrais" sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

O MP acusou em setembro os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples no caso que culminou com a morte do agente da PSP Fábio Guerra.

Leia Também: Adiada leitura de acórdão de acusados por morte de Fábio Guerra

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