A vida selvagem pode ser uma surpresa – tanto para aqueles que a experienciam pela primeira vez, como para os que estão habituados a explorá-la.
À CNN, um guia contou um dos tantos episódios que teve no continente africano, quando, aos 18 anos, foi quase engolido por um hipopótamo. Era março de 1996 quando o homem trocou com um colega, e, por acaso, ficou encarregado de fazer uma tour com seis turistas – na qual também estavam presentes três guias em aprendizagem. No total, eram dez pessoas que nesse dia iam fotografar e aproveitar a descida do Rio Zambeze, no Zimbabué.
O grupo seguia distribuído em três canoas e um caiaque quando, de repente, avistaram um grupo de hipopótamos. “A ideia era só passar ao lado deles de forma segura”, explicou o homem à publicação norte-americana.
À medida que passavam, a última canoa afastou-se do grupo, mesmo antes de acontecer o inesperado. “De repente, houve um grande barulho. E vi a parte de trás da canoa no ar”, lembrou, explicando que, de alguma forma, os clientes continuaram lá, mas Evans, um dos guias, caiu à água.
“Evans está na água e a corrente está a levar Evans até uma hipopótamo-mãe e a sua cria. Sabia que o tinha que tirar rapidamente da água. Não tinha tempo para deixar os clientes em terra”, notou, contando que remou na sua direção.
Foi quanto se estava a aproximar dele que viu uma ‘onda’ a ir na sua direção. “Se alguma vez viram um daqueles filmes antigos onde um torpedo vem contra um navio, foi mais ou menos acima. Sabia que era um crocodilo ou um hipopótamo a vir na minha direção”, rematou.
Contando que o momento pareceu “como num filme de Hollywood”, já que se estavam a aproximar cada vez mais e nunca mais conseguia chegar até ele, sublinhou que o que aconteceu nesses segundos foi surreal.
“O meu mundo ficou escuro e estranhamente parado”, referiu, contando que demorou alguns segundos a perceber o que se passou, quando a água entre os dois “se levantou”.
“Da cintura para baixo, conseguia sentir a água. Conseguia sentir que estava no rio. Da cintura para cima, era diferente. Estava quente, mas não estava [um ambiente] encharcado, mas também não estava seco. E sentia muita pressão nas minhas costas. Não me conseguia mexer”, descreveu.
Foi aí que Templer se deu conta de onde estava: “Percebi que da cintura para baixo, estava na garganta do hipopótamo". O guia percebeu que estava dentro da boca do animal, mas que este o "cuspiu". "Devia estar a ser desconfortável", explicou, notando depois que nadou até à superfície. O homem viu-se ainda envolvido entre animais "furiosos", mas acabou por ser levado ao local onde, entretanto, os seus aprendizes tinham deixado os clientes. Um destes aprendizes, contou o guia principal, "arriscou a vida" por ele, já que foi até ao local onde estava Templer rodeado de animais furiosos para o resgatar, levando-o na pequena embarcação.
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