"Marinheiros recusaram embarcar em navio. Fizeram bem. Eu faria o mesmo"

Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.

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© Joaquim Jorge

Notícias ao Minuto
20/03/2023 09:15 ‧ 20/03/2023 por Notícias ao Minuto

País

Artigo de opinião

"Os marinheiros recusaram embarcar no navio Mondego. Fizeram muito bem. Eu faria o mesmo. 

O navio apresentava várias falhas mecânicas (motor e um gerador de energia eléctrica estavam avariados), assim como o navio não possuía um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando significativamente o risco de incêndio.

O sr. Almirante Gouveia e Melo não agiu bem. Antes, deveria inteirar-se devidamente do que se passou, sem passar corretivos em público a marinheiros isolados durante cinco dias e sem poderem defender-se. 

Compreendo que o sr. Almirante se preocupe com a sua imagem, para, se assim entender, concorrer a Presidente da República.

Só agora vão ser ouvidos os treze militares, entretanto foram apagadas provas. É grave!

A prepotência e a usurpação do poder não são bonitas.

Se o navio estava em segurança, talvez o sr. Almirante pudesse entrar a bordo e fosse com a tripulação que não se recusou a fazer o acompanhamento de um navio russo.

Uma coisa é cumprir os deveres militares, outra coisa é caminhar para uma missão que pode pôr em risco as nossas vidas, por degradação do navio.

Uma situação parecida ocorreu em 1987, no porto da Horta, quando morreram seis marinheiros numa explosão de um navio de guerra provocada por deficiências de motores, análogas às que foram reportadas deste navio.

É do conhecimento público que o estado operacional militar deixa muito a desejar: tanques Leopardo 2 inoperacionais, acidente mortal com explosivos.

O estado de degradação do equipamento e armamento, veículos e navios, quartéis e outras instalações militares é alarmante.

O dever é alertar e denunciar a falta de meios e orçamentos escassos, não é carregar sobre marinheiros.

O sr. Almirante, ainda, não percebeu que a vacinação da Covid-19 já passou e os marinheiros não estão vacinados para colocar em causa as suas vidas."

 

 

 

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